Dezembro, fim de temporada. Mês de especulações, reformulações e, principalmente, reflexão. É hora dos dirigentes avaliarem erros, acertos e começarem a planejar 2020. E para saber o que funcionou e o que deixou a desejar, nada melhor do que uma retrospectiva do ano, não é mesmo? Então, confira a seguir um resumo do que aconteceu no 2019 do Ceará
Contratações
Chegando à nova temporada empolgado pela campanha de recuperação que emplacou no segundo turno do Brasileirão de 2018, o Ceará tentou buscar peças de qualidade dentro de sua possibilidade financeira: assim, nomes como Matheus Gonçalves, Chico, Charles, Bergson e Thiago Galhardo aterrissaram na capital cearense no início da temporada.
Expectativas criadas
As mudanças estruturais do Vozão para o novo ano não foram tão grandes, apesar de 2018 ter sido de enorme instabilidade e drama até a arrancada que manteve o clube na primeira divisão. Muito em função disso, os indicadores apontavam para mais uma temporada no mínimo desafiadora para o tradicional clube nordestino.
Campeonato Cearense
O Campeonato Estadual veio para sacramentar a primeira grande ruptura na temporada do Ceará. De boa campanha durante a fase de classificação, o Alvinegro avançou sem maiores problemas à decisão do Cearense, mas foi facilmente batido por seu arquirrival Fortaleza na decisão. A incapacidade de seu time sequer competir contra o maior adversário culminou na demissão de Lisca, responsável por salvar o clube da queda em 2018. O nome escolhido pela diretoria para assumir a comissão técnica foi Enderson Moreira.
Copas
Na onda do Estadual, o desempenho do Ceará nas competições mata-mata de seu calendário também não foi satisfatório. Pela Copa do Brasil, caiu na terceira fase para o Corinthians com um agregado de 3 a 2 contra. Esse desfecho até poderia ser considerado um resultado normal, se sua campanha até esta fase não tivesse sido marcada por empates sofríveis contra Central-PE e Foz do Iguaçu, passando do segundo apenas nas penalidades. Na Copa do Nordeste, avançou aos confrontos eliminatórios como primeiro colocado da chave B, mas foi eliminado logo nas quartas de final para o Náutico. Para piorar sua situação, ainda viu seu maior rival ser campeão do principal torneio regional.
Pausa da Copa América
Décimo terceiro colocado na pausa do calendário para a disputa da Copa América, o Ceará viu seu artilheiro na temporada, Ricardo Bueno, rescindir contrato e acertar com o CSA. Mas nem tudo foi despedida para o Alvinegro: o atacante Felippe Cardoso chegou ao clube emprestado pelo Santos, enquanto o meia Lima, identificado de longa data com o Vozão, virou mais uma boa opção para Enderson Moreira.
Brasileirão
As boas atuações da equipe no retorno do calendário deram a impressão de que a luta do clube seria por Sul-Americana, e não contra a queda. Mas a curva de ascensão logo virou declínio, com o Vozão ficando da rodada 15 à rodada 22 sem conquistar uma vitória sequer. A seca incomum e preocupante gerou a segunda mudança na comissão técnica: Enderson Moreira saiu de cena e deu lugar à Adilson Batista, famoso por campanhas de recuperação. A troca não surtiu o efeito esperado e o Ceará seguiu empilhando reveses, se aproximando cada vez mais do Z-4. Treze partidas depois – com retrospecto de sete derrotas, dois empates e quatro vitórias -, Adilson foi sacado e substituído por Argel Fucks. No fim das contas, mesmo sem ter vencido um jogo sequer nas últimas sete rodadas, o Vozão escapou com 39 pontos.
Saldo final
O ano de 2019 foi de enorme sofrimento para o torcedor do Vozão. Três trocas de treinador, derrota na decisão do Cearense para o arquirrival e risco grande de queda à Série B até a rodada final, permanecendo na elite nacional graças à inoperância de seu principal adversário, o Cruzeiro. A próxima temporada terá que ser de mudanças no Alvinegro, mas o primeiro passo já foi dado na direção errada: a confirmação de Argel Fucks como treinador da equipe.
Fonte: 90min
