Sem saber o que é vencer há cinco partidas – seu maior jejum desde 2012/2013 -, a Seleção Brasileira entrará em campo pressionada na próxima terça-feira (19), quando disputa seu último compromisso da temporada contra a Coréia do Sul. Se a pressão sobre os jogadores é grande, o clima de tensão/desconfiança no entorno do treinador é ainda maior, não sendo exagero cravar que uma derrota para o rival asiático pode colocar Tite em maus lençóis.
Se a geração é boa, o que indiscutivelmente é, como explicar o baixíssimo nível de futebol performado nos últimos cinco amistosos? O que a comissão técnica precisa fazer para a Canarinho voltar a produzir ofensivamente, já que o ataque é que tem sido seu ponto fraco? A meu ver, a pobreza criativa da Seleção passa por dois fatores: a falta de dinamismo no meio e a subutilização do verdadeiro potencial de Roberto Firmino.
Casemiro e Arthur têm se consolidado como a dupla de volantes da Seleção. Ambos são grandes jogadores, talentosíssimos e merecedores de estarem constantemente nas listas de convocados da comissão técnica. Mas, verdade seja dita: eles se envolvem pouco no plano de jogo ofensivo e acabam por engessar o meio-campo brasileiro. Talvez seja o momento de dar mais minutos para Fabinho, que vem se consolidando como um volante ‘box-to-box’ no Liverpool. O camisa 3 é um dos nomes mais importantes da equipe de Klopp, que é um grande fã de seu futebol… É difícil entender sua condição de ‘reserva eterno’ na Canarinho.
E se estamos falando de Liverpool, como não falar de Roberto Firmino? É nítido que o camisa 20 é um dos mais sacrificados pelo sistema de jogo da Seleção, e isso passa pelo fato de Tite não tentar explorar suas ‘potencialidades de meia’ que desabrocharam nas últimas duas temporadas. Jogando por trás de Salah e Mané, Firmino tem sido um verdadeiro construtor de jogadas no Liverpool, saindo da área para fazer tabelas, quebrando as linhas e atraindo a marcação adversária. Com Coutinho em péssima fase e Paquetá ainda cru para ser titular da Seleção, por que não testar Firmino nesta função?
Amistosos servem justamente como laboratório de testes, mas Tite aproveitou muito pouco os compromissos pós-Copa América e não realizou a ‘reinvenção’ prometida em entrevistas. É hora de deixar o pragmatismo de lado e ser mais arrojado, ou ficaremos para trás.
Fonte: 90min