Após o empate sem gols contra o Internacional no último domingo (17), Cássio falou à imprensa. Um dos assuntos abordados na entrevista foi o fundamento ‘jogo com os pés’, algo que a nova comissão técnica do Corinthians tem tentado implementar com o goleiro. Diante do rival gaúcho, foi possível notar o camisa 12 buscando esse tipo de saída, mas a marcação alta do adversário criou riscos, citados pelo próprio na fala sobre o tema.
“É uma coisa que eu já fazia, mas que precisa ser exercitada (…) Quando voltei da Copa América também tentamos fazer, mas é uma situação que precisa treinar para fazer. Todo dia a gente tem treinado, acredito que vá ter evolução. Tentei, mas tem que ter sabedoria, não vou virar um Neuer ou Ederson do dia para noite. Ederson me falou: “Os caras me dão opção para jogar”. Às vezes não dá para arriscar e fazer de qualquer jeito“, contou o goleiro.
Não é segredo que no futebol há o talento natural e a qualidade construída via treinos. Geralmente um não se sustenta sem o outro, salvo raras exceções. Tradicionalmente, passes e saída de bola nunca foram fundamentos treinados à exaustão por goleiros, afinal, a tarefa primária de quem ocupa a função sempre foi e sempre será evitar gols. Mas o futebol muda e mudou também para os arqueiros, hoje construtores de jogadas.
Pela fala de Cássio, é possível perceber que ele, mesmo com seu currículo de excelência vasto e vitorioso, entende a necessidade de buscar aperfeiçoamento em algo que não lhe é tão natural, como parece ser para expoentes contemporâneos do fundamento (alguns até citados por ele próprio). Por se tratar de algo que está fora de sua zona de conforto, dosagem e treino ostensivo se transformam na fórmula ideal para absorver o fundamento e saber as horas certas de utilizá-lo, sem que esta via ganhe contornos de obrigatoriedade a cada lance.
Fonte: 90min