Nos últimos dois dias, duas situações envolvendo jogadores do São Paulo tornaram-se de conhecimento público. A primeira foi a foto do zagueiro Robert Arboleda vestindo a camisa do Palmeiras, durante um momento de lazer/descontração ao lado de um amigo pessoal. A segunda foi a denúncia de agressão/violência doméstica por parte da esposa do goleiro Jean, que, neste exato momento, encontra-se preso na Flórida (EUA). Apesar das duas terem colocado o clube paulista nos noticiários, não podem, de forma alguma, serem comparadas ou tratadas como equivalentes por imprensa, torcedores e dirigentes tricolores.
É ponto pacífico que a aparição do zagueiro equatoriano com a camisa de um rival demanda alguma sanção/retaliação por parte do São Paulo, afinal, se configura em um desrespeito à instituição que emprega e paga os salários do atleta há três temporadas. Não se pode de forma alguma, no entanto, colocar o episódio protagonizado por Arboleda na mesma ‘caixa’ que um caso claro de violência doméstica: um crime que ultrapassa todas as fronteiras éticas, morais e de civilidade/humanidade.
Consciente de que as duas situações têm gravidades totalmente distintas e não são passíveis de equivalências, o São Paulo acertou em cheio em sua nota oficial publicada na quarta (18): “Os episódios não se equiparam, têm grandezas e gravidades completamente diferentes e não devem ser objetos de discussões simultâneas. O caso sobre o qual se trata aqui faz referência aos mais importantes valores da vida humana em sociedade, enquanto o outro, perto disso, é um detalhe que aborrece a instituição, mas que será tratado internamente”, publicou.
Me enoja ter torcedor que se incomoda mais com o fato de o Arboleda vestir uma camisa do Palmeiras do que com o Jean sendo preso sob acusação de agredir a esposa. É muito sintomático.
— Bruno Formiga (@brunoformiga) December 18, 2019
Jean, além de detido pela polícia norte-americana, já teve sua rescisão contratual oficializada pelo Soberano. A postura rígida por parte do clube é pertinente e necessária, ainda mais se tratando de uma instituição que tem sido ativa na luta por equidade de gênero no esporte e respeito às mulheres no campo/arquibancadas.
Fonte: 90min