Vivendo um segundo semestre muito abaixo da média – marcado pela eliminação na semi da Sul-Americana e declínio abissal no Brasileirão -, o Atlético-MG, através de sua diretoria, optou por diminuir o valor dos ingressos como incentivo para seu torcedor seguir comparecendo ao Independência. Como resultado da nova política de precificação das entradas, o clube mineiro já acumula quase R$ 600 mil de prejuízo, considerando as cinco partidas disputadas pelo Galo em Belo Horizonte, no returno do campeonato nacional.
Como destaca o Globoesporte, o déficit total aos cofres alvinegros neste recorte específico foi de exatos R$ 593.462,49. Houve jogo em que a receita bruta com ingressos comercializados sequer passou dos R$ 100 mil: na goleada sofrida ante ao Grêmio, o clube só arrecadou R$ 81.872,00. Na derrota para a Chapecoense, o valor do tíquete médio foi inferior a R$ 5.
Em um futebol cada vez mais mercadológico, ter seus custos operacionais superiores ao que se arrecada com bilheteria não é a equação ideal, especialmente se considerarmos que o Atlético não vive situação financeira confortável. Contudo, não devemos focar o debate em problematizar a democratização do acesso ao estádio: o cerne do problema é que, mesmo com preços baixos, a demanda/presença do torcedor tem sido baixa.
O mau futebol apresentado nos últimos meses e falta de ambições/objetivos da equipe para o restante da temporada distanciaram o torcedor alvinegro, um dos mais apaixonados da Série A, das arquibancadas. É possível precificar de forma justa e balanceada, de modo que nem o torcedor, e nem as finanças do clube sejam sacrificadas. Mas a baixa capacidade do Horto, aliada ao momento esportivo vivido pelo clube, desequilibram esta balança.
Fonte: 90min
