Por que o River Plate é um rival a ser temido no mata-mata?

O River Plate não atravessa o seu melhor momento na temporada e acabou sendo eliminado surpreendentemente no Torneio Apertura do Campeonato Argentino diante do modesto Platense, em pleno Monumental de Núñez, lotado com mais de 80 mil torcedores presentes. Mesmo assim, a equipe comandada por Marcelo Gallardo avançou em primeiro lugar de seu grupo na Conmebol Libertadores e pode surpreender no mata-mata.

Um dos clubes mais tradicionais no torneio continental garantiu a primeira colocação no Grupo B com uma rodada de antecedência, precisando somente cumprir tabela contra o Universitario, equipe peruana que conseguiu a classificação na vice-liderança. Mesmo em situação difícil, cinco fatores importantes fazem com que o River seja temido pelos adversários no mata-mata.

Com a segunda melhor campanha no Grupo B do Apertura, o River demonstrou solidez defensiva, sofrendo nove gols em 16 jogos disputados, sendo este um número que demonstra o potencial de melhora da equipe na Libertadores, onde cedeu 7 gols em seis partidas disputadas. Gonzalo Montiel, Germán Pezzella e Paulo Díaz são os principais destaques do sistema defensivo.

Outro fator importante é o ambiente que o River consegue criar no Monumental de Núnez, com sua torcida mantendo atmosfera de pressão diante dos rivais durante os 90 minutos de jogo, independentemente do resultado. Ao terminar com a quarta melhor campanha geral, o time de Gallardo terá grande chance de decidir praticamente todos os confrontos do mata-mata em Buenos Aires (sendo contra Palmeiras, São Paulo e Racing as únicas exceções).

A filosofia de Marcelo Gallardo segue muito forte no River Plate, com imposição ofensiva baseada em rápidas trocas de passes no terço final para a definição de jogadas, utilizando-se da pressão alta para atrapalhar as saídas adversárias. Tecnicamente inferior em relação ao seu último trabalho na equipe, o River fechou a fase de grupos sendo a 3ª melhor equipe em gols marcados (13), grandes chances desperdiçadas (13), finalizações (16.5) e posse de bola (60.8%), além de ter ficado somente atrás do Flamengo em passes certos (448.7).

Outro ponto importante que merece atenção é na campanha que o River Plate terá no Mundial de Clubes. Sendo considerando um dos favoritos para avançar às oitavas contra Urawa Reds, Monterrey e Inter de Milão, o time de Marcelo Gallardo pode chegar muito mais motivado para buscar a conquista da Glória Eterna no segundo semestre, dependendo do resultado nos EUA.

Por fim, o principal motivo para o River Plate ser o rival a ser temido no mata-mata consiste em Franco Mastantuono. O jovem meio-campista encantou os olheiros do futebol europeu graças aos méritos do excelente departamento de scout da Academia, tendo aceitado proposta para deixar o Cemento e se juntar à base do River em 2019. Aos 18 anos, Mastantuono apresenta facilidade nos embates individuais, possui excelente controle da posse de bola e capacidade de percorrer o campo em todos os setores com muita intensidade, explorando os espaços entrelinhas.

Mastantuono também consegue escapar da pressão adversária utilizando-se dos dribles e da agilidade, permitindo um fácil deslocamento para criar desequilíbrio ao adversário. Essas jogadas fortalecem o jogo coletivo do River Plate com finalizações dentro e fora da área, e muito provavelmente a equipe argentina conseguirá assegurar que sua jovem estrela aceite propostas do futebol europeu somente após o término da Libertadores.

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