De contratação recomendada pelas referências do atual elenco tricolor, Fernando Diniz foi oficializado como comandante do São Paulo no dia 26 de setembro, ou seja, completou dois meses de trabalho há poucos dias. Sua missão ao chegar no Morumbi era ‘simples’: vencer o suficiente para garantir o time paulista no grupo dos classificados de forma direta à Libertadores 2020 e construir uma nova identidade ao Soberano, totalmente descaracterizado por ter vivido múltiplas trocas em sua área técnica ao longo das últimas temporadas.
Dois meses é pouco para condenar definitivamente um trabalho, apesar do futebol brasileiro seguir uma ideia de ‘tempo’ bem distinta (quase exclusiva) em relação ao estrangeiro. Contudo, também não é exagero dizer que Diniz já fracassou em sua experiência à frente do São Paulo: além de sua equipe estar bastante ameaçada de perder sua vaga no G-6 – tem três pontos de vantagem para o Inter, sétimo colocado, seu rival na próxima rodada -, o Tricolor Paulista passa longe de ter uma ‘cara’ após dois meses do treinador à frente da comissão técnica.
Justo com o elenco mais qualificado tecnicamente com o qual já teve oportunidade de trabalhar, Diniz não conseguiu impor/construir um padrão de jogo: o Fluminense, ao menos, tinha uma identidade e não vencia jogos por ser bastante limitado em peças/qualidade, algo que não falta ao Tricolor Paulista. A equipe do Morumbi, no entanto, consegue ir de propositiva à reativa em uma mesma partida (como foi contra o Ceará), além de pecar demais na falta de intensidade e sempre perder fôlego nas retas finais de jogos.
É fato que Diniz é ‘prejudicado’ por estar em um ambiente politicamente instável e de enorme pressão pela urgência do clube em voltar a ser protagonista. Há um entorno desafiador para qualquer treinador, jovem ou experiente, que vista a camisa do Soberano. Contudo, o próprio também dificulta sua própria missão ao dar declarações totalmente desconectadas da realidade, como a entrevista após a derrota por 3 a 0 para o Grêmio no domingo (01), em que afirmou que o São Paulo é o ‘clube que mais tem sua cara após dois meses de trabalho’.
Com 48% de aproveitamento total, distante de conseguir formar uma equipe consciente de como deve atuar e aparentemente alheio ao tamanho do clube e sua ‘seca’ por resultados, o jovem técnico caminha para mais uma experiência de curta duração na elite do futebol brasileiro, se consolidando como a promessa de revolução que nunca vira realidade.
Fonte: 90min