Ah, o Cruzeiro…afinal, o ano de 2019 é para ser esquecido ou para tomar sempre como exemplo do que não se faz em um clube de futebol? Pois é, se a Raposa iniciou o ano badalada, acabou na segunda divisão. É hora, então, de relembrar como foi a temporada deste gigante do Brasil.
Contratações
O Cruzeiro não poupou esforços para se reforçar para 2019. Contratou nomes como os meias Rodriguinho e Marquinhos Gabriel, o atacante Pedro Rocha, o lateral-esquerdo Dodô e o lateral-direito Orejuela. Além disso, manteve Thiago Neves mesmo com o assédio de Corinthians e Grêmio.
Expectativas criadas
O Cruzeiro começou 2019 como bicampeão da Copa do Brasil. Embora tenha perdido, por exemplo, De Arrascaeta, investiu bastante na montagem do plantel, com nomes de alto padrão, e, automaticamente, se colocou entre os favoritos a todas as competições que disputaria. Em um ano de Libertadores da América, boa parte das atenções estavam voltadas para a Toca da Raposa.
Estadual
Embora tenha ficado na segunda colocação na fase classificatória do Campeonato Mineiro, terminou esta etapa como único time sem derrotas. Nos mata-matas, passou com tranquilidade por Patrocinense e América-MG antes de pegar o arquirrival Atlético-MG na decisão. Uma vitória por 2 a 1 e um empate por 1 a 1 garantiram o título invicto aos comandados de Mano Menezes.
Copas
O Cruzeiro, literalmente, passeou na primeira fase da Libertadores da América. No Grupo B, com Huracán-ARG, Emelec-EQU e Deportivo Lara-VEN, ganhou as cinco partidas iniciais e se garantiu na liderança da chave. Já classificado, perdeu a invencibilidade para o Emelec. Nas oitavas de final, porém, teve o azar de cruzar com o então campeão River Plate. Empatou as duas partidas em 0 a 0 e, nos pênaltis, em pleno Mineirão, acabou eliminado.
Na Copa do Brasil, o time começou claudicante. Por pouco, já nas oitavas de final, não caiu diante do Fluminense (foram dois empates, em 1 a 1 e 2 a 2, e a classificação veio com vitória nos pênaltis). Nas quartas de final, a Raposa cruzou com o Atlético-MG. Em uma atuação de luxo, fez 3 a 0 no Mineirão. Na volta, levou 2 a 0, mas avançou. No entanto, veio a semifinal com o Internacional. Em casa, a derrota por 1 a 0 colocou ponto final à passagem de Mano Menezes como técnico do clube. Na volta, já com Rogério Ceni, um sonoro 3 a 0 decretou a eliminação e o fim da esperança de se conquistar um título de expressão no ano.
Parada da Copa América
No mês de maio, uma reportagem do Fantástico, programa da TV Globo, revelou escândalos administrativos na gestão do Cruzeiro, colocando o presidente Wagner Pires de Sá e o diretor de futebol Itair Machado na ponta de um esquema que tirava dinheiro do clube. E foi neste clima que a Raposa entrou na parada para a Copa América. Diante de acusações, era óbvio que o reflexo se daria no futebol.
Brasileirão
Na principal competição do calendário nacional, o Cruzeiro foi um reflexo de toda uma má administração. Com isso, acabou sendo rebaixado à segunda divisão pela primeira vez na história. Mano, Ceni, Abel Braga e Adilson Batista não foram capazes, em nenhum momento, de mudar este cenário. No fim, o clube terminou uma campanha de 38 jogos com apenas sete vitórias e 36 pontos, ficando na 17ª colocação. Salários atrasados e uma direção abraçada com o grupo de jogadores levaram a esta catástrofe.
Saldo final
Não há o que fique de positivo do ano de 2019 do Cruzeiro. O clube precisa passar por uma tremenda reformulação, sendo que em 2020 as receitas serão bem menores e, ao mesmo tempo, será necessário saldar dívidas astronômicas, que chegam a quase R$ 700 milhões. Vem aí um árduo caminho a ser percorrido.
Fonte: 90min