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Brasil demonstra preocupação com onda de violência na Nicarágua




A onda de violência na Nicarágua preocupa o governo do Brasil. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, apelou para que o governo do presidente Daniel Ortega busque o diálogo com os segmentos sociais em busca de um acordo pacífico para encerrar os protestos que dominam o país desde 18 de abril.

“O governo brasileiro insta o governo nicaraguense a criar as condições para a retomada do diálogo nacional conduzido pela Conferência Episcopal da Nicarágua. O governo brasileiro entende que não pode haver solução pacífica para o conflito sem a participação de todas as forças políticas nicaraguenses nesse processo.”

O Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh) estima que, que desde abril, morreram 135 pessoas e pelo menos mil ficaram feridas. Os manifestantes saíram às ruas em várias cidades da Nicarágua em reação à reforma da Previdência. Com a repressão violenta por parte de forças oficiais, os manifestantes passaram a criticar o governo Ortega.

A Igreja Católica foi chamada para mediar um acordo de paz, mas abandonou após as mortes recentes. Não há previsão do retorno da igreja às mediações. Na nota, o Itamaraty reiterou as críticas à violência e à repressão no país.

“O governo brasileiro condena com veemência a continuidade da ocorrência de situações de violência e intimidação, com uso desproporcional de força, contra a população civil no contexto de manifestações pacíficas em prol de reformas democráticas na Nicarágua, como aquelas mantidas em 30 de maio passado durante a ‘Marcha das Mães’”.

No último dia 5, durante a 48ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o Brasil e vários países, defenderam a vistoria de um grupo de peritos internacionais à Nicarágua para investigar e apurar responsabilidades “pela violência perpetrada contra a população civil”.

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