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Golpistas usam acesso remoto para roubar dinheiro via Pix




Golpistas usam acesso remoto para roubar dinheiro via Pix - 1

Um aposentado do Rio de Janeiro (RJ) viu R$ 60 mil serem furtados de sua conta após sofrer uma nova modalidade de golpe, que utiliza engenharia social e aplicativos de acesso remoto para a realização de transferências via Pix. A movimentação aconteceu enquanto ele ainda estava ao telefone com os bandidos, que entraram em contato afirmando que sua conta corrente estava sob risco.

De acordo com Antonio Manoel Trindade Martins, que contou o caso ao jornal matinal RJTV, os criminosos se passaram como representantes do Banco do Brasil, alegando tentativas de retirada de R$ 9.500 da conta dele. Para verificação, ele foi orientado a baixar dois aplicativos, um antivírus e outro de acesso remoto.

O aposentado seguiu no telefone e foi pedido a ele que escrevesse cartas para diferentes setores do banco, relatando a tentativa de roubo. Enquanto isso, a fraude realmente estava acontecendo em seu celular, com os criminosos usando o acesso ao aparelho para realizar 11 transferências via Pix para diferentes contas, totalizando os R$ 60 mil citados, além de duas compras no cartão de crédito no valor de R$ 200. A vítima só notou o problema quando estava no terceiro texto e notou, no celular, notificações referentes às movimentações.


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Trata-se de um golpe altamente direcionado, que difere das artimanhas usuais de controle remoto de celulares, que usam malwares e um abuso dos sistemas de acessibilidade do Android para serem realizados. Comumente, o caminho é o uso de telas falsas que coletam dados e sobreposições que escondem o que está sendo efetivamente realizado no smartphone, muitas vezes de forma automática.

Segundo Martins, os criminosos responsáveis pelo furto tinham seus dados; ele também afirmou que, no visor, estava um número correspondente aos serviços do Banco do Brasil. Em nota ao RJTV, a instituição afirmou que não liga para os clientes solicitando a instalação de aplicativos ou para fazer checagens de segurança, que são automáticas; ainda, disse que o telefone padrão de atendimento apenas recebe chamadas e não realiza ligações.

Os golpes envolvendo o Pix e o uso de informações pessoais, muitas vezes sensíveis, dos cidadãos vem se tornando cada vez comum, diante da facilidade das transferências e da aparência de legitimidade que é dada pelos contatos. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ), já foram mais de 61,9 mil casos de estelionato registrados no estado apenas no primeiro semestre deste ano, mais do que o dobro na comparação com o mesmo período de 2021.

Como evitar golpes com Pix e ligações telefônicas

Enquanto a Polícia Civil investiga o caso, a recomendação aos clientes é para que não baixem aplicativos nem entreguem dados pessoais quando contatados em nome de bancos ou instituições financeiras. Caso receba chamadas, mensagens de texto ou e-mails alegando problemas ou a necessidade de atualização, o ideal é buscar os serviços de atendimento legítimos da empresa para confirmar se a solicitação é real.

Além disso, como disse o Banco do Brasil, aplicativos jamais devem ser baixados mediante solicitações desse tipo. Na hora de realizar o download de softwares para celular, prefira lojas certificadas de seu sistema operacional e fabricante, jamais passando dados como senhas, logins, códigos de segurança e demais elementos para terceiros que os solicitarem.

Em caso de fraude bem-sucedida, é importante procurar o banco, para que o acesso seja bloqueado assim como qualquer movimentação suspeita, e a polícia, para registro de ocorrência. Os clientes podem ter direito ao ressarcimento dos valores perdidos em golpe caso fique provado, seja por análise interna ou no judiciário, que houve falha dos sistemas da instituição financeira em detectar e impedir a realização de transações maliciosas.

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Fonte: Canaltech

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