Brasil

Maradona: o ídolo que nunca foi meu e que já me faz falta




O título desse texto não é sensacionalismo. Amo futebol com todas as minhas forças, mas eu não tenho motivo para esconder que Maradona jamais foi visto como um ídolo aos meus olhos desde criança. Lógico que sempre soube que era craque, mesmo tendo visto poucos jogos da sua carreira de fato. A rivalidade com o Brasil, com Pelé, etc e tal, no entanto, me fazia rebater fervorosamente os argumentos que o enalteciam. Mas sempre tem um “mas”.

Maradona: o ídolo que nunca foi meu e que já me faz falta - 1
AS Photo Archive | Alessandro Sabattini/Getty Images

A gente vai ficando mais velho e vai entendendo um pouco melhor o mundo. E, quando acha que entendeu, o mundo desmorona. Como nesta tarde de 25 de novembro de 2020, o dia em que o futebol perdeu um pouco de si. Uma fração de seus deuses que ainda estavam conosco se foi. É verdade que muitas vezes – e com boa pitada de falhas pouco divinas – ele se orgulhava do antijogo. E, sim, eu sempre achei errado. Talvez algum dia eu volte a achar errado, mas não hoje. Hoje eu só sinto saudades das gargalhadas que ele dava de suas próprias memórias.

Porque o futebol, no fim das contas, é alegria. E é também memória. Dieguito era alegre em campo e construiu histórias que jamais poderão ser esquecidas. Um apaixonado que apaixonava. Um craque que não tinha medo dos defensores, como também não tinha das palavras. Ídolo argentino, que merece eterno respeito brasileiro. E do mundo também.

No vazio dos estádios dos últimos meses, Maradona vai encontrar uma linda e festiva aglomeração quando chegar ao Olimpo, de onde veio e ao qual sempre pertenceu. E que ele cumprimente, enfim, a mão de Deus.

Fonte: 90min

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