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Missão do Telegram é preservar a privacidade, diz CEO sobre bloqueio no Brasil




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O criador e CEO do Telegram Pavel Durov se posicionou sobre o bloqueio do mensageiro no Brasil. Em postagem feita em seu canal na plataforma, ele alegou que o serviço tem como missão “preservar a privacidade e a liberdade de expressão” e que o pedido das autoridades brasileiras é “tecnologicamente impossível” de ser atendido.

Na mensagem publicada na tarde desta quinta-feira (27), o executivo citou ainda casos de outros países que bloquearam o Telegram e disse que, em algumas situações, quando a justiça impõe “requerimentos tecnologicamente inalcançáveis”, o mensageiro chega ao ponto de ter que abandonar suas operações por lá.

“Em casos onde as leis locais vão contra essa missão [de preservar a privacidade e a liberdade de expressão], nós às vezes temos que deixar tais mercados”, escreveu Durov. “No passado, países como China, Irã e Rússia baniram o Telegram devido à nossa posição de princípio em relação aos direitos humanos”, prosseguiu.


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Pedido “tecnologicamente impossível”

Por fim, Durov encerra a mensagem alegando que os dados solicitados pela Polícia Federal — de perfis envolvidos em grupos neonazistas e suspeitos de envolvimentos em ataques a escolas — são “tecnologicamente impossíveis de se obter”.

“Apelamos da decisão e estamos ansiosos para a resolução final”, escreveu. “Independente do custo, defenderemos nossos usuários do Brasil e o seu direito à comunicação privada”, finalizou o criador do Telegram.

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Criador do Telegram diz que objetivo do app é “preservar privacidade e liberdade de expressão” (Imagem: Reprodução/Telegram)

Por que o Telegram foi bloqueado no Brasil?

O Telegram foi suspenso no Brasil a pedido da Justiça após não ter entregue dados completos à Polícia Federal em uma investigação sobre o possível envolvimento com grupos neonazistas do responsável pelo ataque a uma escola em Aracruz (ES), em 2022.

A Justiça alertou o aplicativo sobre a possibilidade de bloqueio no último dia 20 e estipulou um prazo de 24 horas para colaboração. O Telegram teria entregue parte dos dados de pessoas investigadas (administradores e participantes dos grupos), mas a PF julgou que a determinação da Justiça não foi integralmente cumprida.

Histórico complicado

Vale lembrar que esta não é a primeira vez que o Telegram é acusado de não colaborar com a Justiça no Brasil. Desde 2021, por diversas vezes autoridades reclamaram da inação do mensageiro em medidas de combate às fake news no âmbito das Eleições de 2022. O app chegou a ser considerado o “grande desafio” no combate às notícias falsas pelas autoridades eleitorais, mas por fim assinou um acordo com o Tribunal Superior Eleitoral.

O aplicativo segue inacessível de maneira “orgânica” no Brasil e só pode ser utilizado com auxílio de uma VPN.

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Fonte: Canaltech

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