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China abre seu mercado de 1,3 bilhão de consumidores para o mundo




Brasília - O encarregado de Negócios da embaixada da China no Brasil, ministro Song Yang, e a ministra conselheira da embaixada Xia Xiaoling falam sobre abertura do mercado chinês para o mundo (José Cruz/Agência Brasil)

O encarregado de Negócios da embaixada da China no Brasil, ministro Song Yang, e a ministra conselheira Xia Xiaoling falam sobre abertura do mercado chinês para o mundo – Valter Campanato/Agência Brasil

A China está abrindo seu mercado de 1,3 bilhão de consumidores para o Brasil e para todos os países que queiram aproveitar essa oportunidade. As nações e empresas interessadas devem participar da 1ª Exposição Internacional de Importação da China, a se realizar no Centro de Convenções da cidade chinesa de Xangai, de 5 a 10 de novembro de 2018.

“É raro ver um país promover uma exposição com foco em importações e é exatamente isso que a China está fazendo” disse a ministra-conselheira da Embaixada chinesa no Brasil, Xia Xiaoling. Segundo ela, muitos países estão interessados em participar do evento, mas o Brasil ainda não reservou um estande para mostrar seus produtos, apenas confirmou que participará do Pavilhão das Nações, uma mostra paralela à exposição. “O Brasil parece que não tem pressa”, afirmou a conselheira.

Segundo Xia Xiaoling, os países que responderam afirmativamente, até 31 de janeiro deste ano, ao convite para participar da 1ª Exposição Internacional de Importação da China terão grande desconto no pagamento do espaço.

“Não temos problemas em importar mais do Brasil”, disse o encarregado de Negócios da embaixada chinesa, ministro Song Yang, que não se mostrou preocupado com o crescente superávit brasileiro com a China. Ele acrescentou que não entende por que alguns setores brasileiros se queixam de que a China só importa commodities como soja em grão e minérios de ferro.

“Queremos importar muito mais. Queremos importar produtos tecnológicos de alta qualidade, peças de automóveis e muitos outros produtos industrializados e aeroespaciais. Basta que o Brasil participe da Exposição Internacional de Importação da China e mostre seus produtos. Sem conhecer o produto brasileiro, o chinês não pode comprar mais”, disse Song Yang.

Turismo

Song Yang disse que, também na área de serviços, o Brasil não está aproveitando as vantagens oferecidas pela China. Citou o exemplo do turismo. No ano passado, a China enviou para o exterior 129 milhões de turistas. Para o Brasil, porém, só vieram 60 mil. De acordo com Song Yang, o Brasil não investe em propaganda na China para tornar conhecidas suas belezas turísticas. “Tudo o que o chinês sabe sobre o Brasil se limita ao Corcovado, ao Cristo Redentor, ao Parque Nacional do Iguaçu e ao Neymar”.

Em termos de produtos tradicionais de exportação brasileiros, a ausência de publicidade também está provocando a perda de mercado na China. O diplomata chinês disse que atualmente o café da Colômbia e de alguns países da América Central está ganhando terreno em detrimento do café brasileiro.

Comércio bilateral

Song Yang lembrou que, apesar de o Brasil não explorar todo o potencial de seu comércio, as vendas favorecem o lado brasileiro. Em 2017, o Brasil exportou US$ 47,48 bilhões para a China e importou US$ 27,32 bilhões, tendo um superávit de US$ 20,16 bilhões. Isso significou um grande avanço nas exportações brasileiras para a China, já que no ano anterior o superávit chegou a US4 11,7 bilhões.

No que se refere a investimentos, o Brasil recebeu a preferência chinesa. Segundo Song Yang, a América Latina e o Caribe constituíram a segunda região do mundo que recebeu mais investimentos chineses, depois da Ásia. A China canalizou até 2017 cerca de US$ 207 bilhões em investimentos diretos para a América Latina e o Caribe. Desse total, o Brasil recebeu cerca de US$ 50 bilhões.

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