Brasil

Homicídios caem em maio em São Paulo, mas crescem na capital




Em maio, o número de ocorrências de homicídios dolosos caiu em todo o estado de São Paulo, mas cresceu mais de 42% na capital. O balanço foi divulgado no fim da tarde de segunda-feira (25) pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

No mês passado, houve 239 casos de homicídio em maio, com queda de 7,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado, com o registro de 239 casos. Já o número de vítimas caiu 9,2%, passando de 273 para 248 mortos. É o menor número da série histórica, iniciada em 2001.

Na capital paulista, o número de homicídios cresceu 42,2% no mês, passando de 45 para 64 ocorrências. O total de vítimas de homicídios também cresceu, passando de 50 casos para 66.

Segundo o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, ainda não foi possível determinar a razão do aumento dos casos de homicídios na cidade de São Paulo.

No entanto, ele disse que 37% dos casos ocorreram durante a greve dos caminhoneiros. “O [aumento do] homicídio está sob análise. Não conseguimos detectar nenhum motivo determinante dessa alta. A única coisa que percebemos é que houve aumento durante o período da greve [dos caminhoneiros]. Mas sinceramente não vejo uma relação entre a greve e as ocorrências de homicídio”, afirmou o secretário.

Estupro

Embora os principais indicadores de criminalidade tenham caído em todo o estado, o número de estupros continua aumentando. Em maio, houve 93 casos a mais, totalizando 1.036 boletins de ocorrência. O secretário atribuiu parte do aumento ao fato de que cresceu o número de mulheres registrando boletins de ocorrência, até mesmo de casos mais antigos.

“Nesse mês, 11% do número de registros de ocorrência de estupro não dizem respeito a fatos que ocorreram no mês de maio, mas antes deste ano. E 20% são casos que ocorreram entre janeiro e abril de 2018”, disse ele, dando como exemplo o caso de uma mulher que resolveu denunciar o pai por abusos cometidos há anos, porque tinha medo de que o mesmo acontecesse com a irmã. “Há três ou quatro anos, ela sofreu um abuso por parte do pai e viu a irmã chegando à idade dela [na época dos abusos] e começou a sentir que o comportamento do pai era muito semelhante ao que ele teve com ela. Então, decidiu registrar a ocorrência.”

De acordo com Mágino, 74 dessas ocorrências [entre o total de casos de estupro registrados em maio] relatavam situação de abuso contínuo, 19 dos quais perduraram até este ano. Cerca de 84,5% dos casos de estupro relatados pelas vítimas ocorreram em ambiente interno, o que, segundo o secretário, pressupõe que a vítima conheça o agressor.

Outros dados

Os casos de latrocínio [roubo seguido de morte] caíram 40,6%, passando de 32 para 19 ocorrências. O número de vítimas também caiu, passando de 33 para 20.

Os roubos em geral tiveram queda de 14,3%, com 4.026 ocorrências a menos, somando 24.209 casos. Os furtos também diminuíram (7,6%), com 41.775 boletins de ocorrência registrados em todo o estado.

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