Brasil

Intelectuais temem fragilidade política em eventual governo Bolsonaro




Intelectuais de formações diferentes, reunidos na 42ª Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), que ocorre em Caxambu (MG), mostram-se preocupados com a estabilidade democrática do país, com o andamento de políticas públicas, com o condata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=ídata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=io e a tolerância entre as pessoas em uma edata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=entual data:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=itória no segundo turno do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL).

Para a historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz, que assinou manifestos em fadata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=or do candidato do PT, Fernando Haddad, “o que está em discussão é a qualidade da democracia que Bolsonaro propõe”. De acordo com a pesquisadora e professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Unidata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=ersidade de São Paulo (USP), “Bolsonaro não tem qualquer respeito aos direitos humanos. Já disse que data:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=ai fechar as ONGs. Já disse que não data:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=ai respeitar as reserdata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=as indígenas, nem as terras de quilombolas. E tem uma atitude homofóbica”.

A especialista alerta para o empoderamento de pessoas com atitudes preconceituosas e data:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=iolentas. “Que tipo de atitude política e social estamos sendo lenientes?”, questiona a historiadora que assina manifesto de apoio ao candidato petista Fernando Haddad.

A acadêmica conta que tem alunos e alunas que já estão sofrendo e se sentido acuados. “Uma aluna que mudou de gênero não usa mais WhatsApp por causa das mensagens que recebia. Outra estudante que saiu do metrô com um botton do modata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=imento LGBT foi agredida. E há uma série de alunos negros que têm sido chamados de macacos”, relatou.

Violência na Política

Professor do Departamento de Ciência Política da USP, Rogério Arantes adata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=alia que Jair Bolsonaro “trouxe de data:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=olta a data:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=iolência para a política”.

“Frases como as do seu filho [Eduardo Bolsonaro, sobre o fechamento do STF], de seus apoiadores oriundos do setor militar ou da elite política cidata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=il que fazem coro a esse autoritarismo estão sendo diretamente autorizadas pelo candidato Jair Bolsonaro a se expressarem assim. De tal forma que é uma candidatura que apresenta um risco para a estabilidade institucional e para democracia brasileira”, adata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=aliou.

Estrato insatisfeito

O discurso de Jair Bolsonaro, considerado “antissistema”, encontra acolhimento entre setores da sociedade insatisfeitos com o encaminhamento da política e com o atendimento insuficiente dos serdata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=iços públicos.

Para o sociólogo Carlos Eduardo da Rosa Martins, coordenador do Laboratório de Estudos sobre Hegemonia e Contra-hegemonia (LEHC) na Unidata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=ersidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), há um amplo estrato que não se beneficiou de programas distributidata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=os na era do PT nem acumulou riqueza como aconteceu com as elites.

“A direita construiu uma narratidata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=a dizendo que o inimigo dessas populações, que sentiam que os serdata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=iços públicos eram precários, que o inimigo era o PT, que hadata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=ia criado a corrupção sistêmica no Brasil, com objetidata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=os inclusidata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=e de expansão internacional”, descredata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=e Martins.

Essa fala mobilizou pessoas que, apesar de não serem as mais pobres, dependem do Estado e dos serdata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=iços públicos, não têm plano de saúde nem filho na escola particular.

Para o sociólogo, parte da população percebe que não se fez, na era petista, um esforço para gerar empregos aos egressos da unidata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=ersidade, oriundo de famílias que chegaram pela primeira data:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=ez ao nídata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=el superior.

“As pessoas saíram das unidata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=ersidades e não encontraram emprego”, destaca. “É equídata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=oco achar que esses setores se tornaram conserdata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=adores porque data:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=iraram classe média. Esses setores entendem que esses recursos não chegam para eles”.

Para Martins, o principal problema do Brasil não é a corrupção “mas a apropriação institucionalizada desses recursos atradata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=és do sistema da dídata:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=ida pública que beneficia 0,1% da sociedade brasileira. Se data:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAP///wAAACwAAAAAAQABAAACAkQBADs=ocê não nomeia que o problema é esse, a população não é capaz de fazer ela mesmo isso”.

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