Brasil

Ministério Público investiga responsabilidade em conflitos em Roraima




O Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) instaurou um procedimento para apurar os fatos ocorridos no último fim de semana em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela. No sábado (18), moradores do município expulsaram venezuelanos de barracas e abrigos e atearam fogo a seus pertences, em um princípio de revolta contra a presença deles na cidade.
BRA01. PACARAIMA (BRASIL), 18/08/2018.- Ciudadanos brasileños se manifiestan contra la presencia de inmigrantes venezolanos hoy, sábado 18 de agosto de 2018, en la localidad fronteriza de Pacaraima (Brasil). Un grupo de brasileños se manifestó
Insatisfeitos com a presença de venezuelanos em Pararaima, na fronteira com o país vizinho, no sábado, moradores da cidade atearam fogo a barracas e pertences dos refugiados – Geraldo Maia/Direitos Reservados

“As investigações do MPRR tiveram início após tentativa de latrocínio ocorrida na noite de sexta-feira (17), em Pacaraima, bem como da falta de ambulância no Hospital Estadual Délio de Oliveira Tupinambá para transportar a vítima R.N.O até Boa Vista, capital, para atendimento”, diz nota divulgada hoje (22) pelo Ministério Público.

Segundo a nota, notícias divulgadas nas mídias sociais diziam que o Exército Brasileiro recusou-se a levar a vítima a Boa Vista podem ter sido o estopim para que houvesse conflito entre brasileiros e venezuelanos.

“O MPRR requisitou ainda a instauração de inquérito policial para identificar e responsabilizar os envolvidos pelas práticas criminosas ocorridas nas manifestações, independentemente da nacionalidade. A polícia também deverá informar quais as medidas adotadas para garantir a segurança não só de estrangeiros, mas de toda população local”, diz o texto.

A Promotoria de Justiça da Comarca de Pacaraima, responsável pela abertura do procedimento de apuração, também oficiou ao Conselho Tutelar do município para que envie informações sobre crianças e adolescentes em situação de risco; ao hospital local, para que esclareça as circunstâncias do atendimento à vítima, e ao Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), solicitando informações sobre a atual situação de crianças e adolescentes de pais venezuelanos.

Foram feitas ainda requisições aos órgãos competentes para que enviem dados de pessoas que sofreram algum tipo de lesão física em decorrência das manifestações.

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