Economia & Política

Taxa de juros de cheque especial cai de 324,7% para 321% ao ano




A taxa de juros do cheque especial caiu em abril, de acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados na segunda-feira (28). A taxa agora é de 321% ao ano, com redução de 3,7 pontos percentuais em relação a março, quando atingiu 324,7%. O valor de abril é o menor desde agosto de 2017, quando ficou em 317,3% ao ano.

Em abril, os bancos anunciaram mudanças no cheque especial, mas as novas regras só valem a partir de julho. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os clientes que utilizarem mais de 15% do limite do cheque durante 30 dias consecutivos vão receber a oferta de um parcelamento, com taxa de juros menor que a do cheque especial a ser definida por cada instituição financeira.

Cheque
Juros do cheque especial caíram para 321% ao ano, menor valor desde agosto de 2017 – Imagem de Arquivo/Agência Brasil

A taxa do rotativo do cartão de crédito também caiu, ao chegar a 238,7% ao ano em abril, com recuo de 4,8 pontos percentuais em relação a março. Essa é a taxa para quem paga pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão em dia.

Rotativo não regular

Já a taxa cobrada dos consumidores que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura (rotativo não regular) caiu 0,7 ponto percentual, chegando a 396,9% ao ano. Com isso, a taxa média da modalidade de crédito ficou em 331,6% ao ano, com redução de 2,9 pontos percentuais em relação a março.

O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financeiras transferem a dívida para o crédito parcelado.

No mês passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que os clientes que pagarem menos de 15% da fatura do cartão de crédito e caírem na modalidade de rotativo. conhecido como não regular, pagarão menos juros, a partir de junho. O CMN limitou e padronizou os juros para essa modalidade, regulamentando decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Até este mês, o cliente que paga menos de 15% da fatura migra para o crédito rotativo não regular, que cobra juros mais altos. Quem paga a partir de 15% e menos que 100% passa para o rotativo regular, com taxas mais baixas. O CMN extinguiu essa diferenciação. Haverá apenas um único tipo de crédito rotativo.

Por decisão do STJ, os bancos podem cobrar 2% de multa (sobre a dívida total) e 1% ao mês de juros de mora em caso de inadimplência. Até agora, os bancos cobravam a multa e os juros de mora mais uma taxa punitiva não padronizada de quem caía no crédito rotativo não regular.

Parcelamento da fatura

A taxa do crédito parcelado no cartão subiu 1,1 ponto percentual para 169,3% ao ano. Já a taxa média de juros para as famílias caiu 0,4 ponto percentual para 56,8% ao ano em abril. A taxa média das empresas recuou 0,4 ponto percentual e agora é de 20,8% ao ano.

A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas, subiu 0,1 ponto percentual para 5,1%. No caso de pessoas jurídicas, houve queda de 0,2 ponto percentual para 4,2%. Esses dados são do crédito livre em que os bancos têm autonomia para aplicar dinheiro captado no mercado.

No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) os juros para as pessoas físicas permaneceram em 8,1% ao ano. A taxa cobrada das empresas teve retração de 0,9 ponto percentual para 9,6% ao ano.

A inadimplência das pessoas físicas ficou em 2,1% e das empresas chegou a 1,7%, com aumento de 0,5 ponto percentual.

O saldo de todas as operações de crédito concedido pelos bancos ficou em R$ 3,090 trilhões, com crescimento de 0,3% no mês. Segundo o BC, esse crescimento reflete a “expansão continuada da carteira das famílias (0,6%), enquanto as operações com as empresas permaneceram estáveis (-0,1%)”.

No ano, o saldo do crédito ficou estável e, em 12 meses, houve crescimento de 0,6%. Em relação a tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB) – o volume correspondeu a 46,5%, com recuo de 0,1 ponto percentual em relação a março e 1,8 ponto percentual, em 12 meses.

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