O resíduo deixado pelo gado contribui para a poluição dos cursos naturais de água e também na emissão de gases de efeito estufa. E se as vacas aprendessem a realizar suas necessidades fisiológicas em um lugar específico para que sua urina fosse tratada? Em novo estudo, cientistas apresentaram os resultados positivos de uma técnica que treina o gado para “usar o banheiro” — tudo pelo bem do meio-ambiente.
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Um grupo de pesquisadores da University of Auckland e do Instituto Federal de Pesquisa em Saúde Animal (FBN, na sigla em inglês), da Alemanha, testou um método de abordagem chamado MooLoo para treinar 16 bezerros. A estrutura é basicamente um cercado verde que oferece recompensas aos animais quando eles urinam naquele local.

O psicólogo de animais Jan Langbein, do FBN, explicou que o gado, assim como outros animais, é muito inteligente e pode aprender bastante. “Por que eles não deveriam aprender a usar um banheiro?”, acrescentou. Os bezerros foram treinados em um sistema muito simples de recompensa: ao urinar no MooLoo, o animal recebia uma bebida doce (ou cevada amassada) em troca. Fazendo “arte” fora dali, ele recebia um breve jato de água fria nas costas.
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Após cerca de 15 sessões de treinamento, 11 dos 16 bezerros foram treinados com sucesso no MooLoo — os outros 5, segundo os pesquisadores, provavelmente precisariam de um pouco mais de tempo para atingir o mesmo resultado. Agora a equipe se concentra em criar um sistema automatizado para treinar os animais de forma mais automatizada.

A amônia liberada na urina das vacas não afeta o meio ambiente de forma direta, mas, uma vez que essa urina — rica em nitrogênio — adentra o solo, micróbios a convertem em óxido nitroso, que é o terceiro gás de efeito estufa mais danoso, ficando atrás do metano e do dióxido de carbono. No entanto, quando a urina é coletada no MooLoo, ela pode ser tratada e até reutilizada, protegendo o solo e a atmosfera.
As estimativas iniciais sugerem que, se 80% da urina do gado fosse coletada, as emissões de amônia seriam reduzidas pela metade. O problema, no entanto, é a ampliação desse processo, uma vez que nem todas as fazendas têm recursos e tempo para se dedicar ao treinamento de seus gados.
A pesquisa foi publicada em 13 de setembro deste ano, na revista Current Biology.
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Fonte: Canaltech