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A IA nos levou à era do cérebro de bolso e reinvenção do celular

Por Cristiano Freitas (*)

Seu próximo celular será muito mais inteligente. A corrida por mais megapixels ou telas com brilho ofuscante são batalhas do passado. A verdadeira fronteira da inovação móvel se deslocou do hardware visível para a inteligência invisível que o anima. A realidade é que a Inteligência Artificial (IA) já está definindo a próxima geração de smartphones. Esses dispositivos estão deixando de ser meras ferramentas para se tornarem algo inteiramente novo:  agentes proativos, assistentes cognitivos, extensões de nossa própria mente. Trata-se de uma revolução que tornará a vida mais prática, personalizada e surpreendentemente intuitiva, ao antecipar necessidades, resolver problemas complexos e personalizar cada interação de uma forma quase simbiótica.

 

Essa mudança de paradigma já tem corpo, forma e escala de mercado. Em 2024, as remessas globais de smartphones com IA generativa cresceram 363,6%, alcançando 234,2 milhões de unidades, o equivalente a 19% do mercado total. Essa rápida adesão antecipa um futuro em que, até 2028, dispositivos com IA representarão 70% do mercado, totalizando 912 milhões de unidades vendidas. Esses números não representam uma simples moda tecnológica, mas uma transformação profunda na essência dos dispositivos móveis.

A mágica acontece graças às NPUs (Neural Processing Units), chips especializados que se tornaram o coração da nova geração de dispositivos. Elas permitem que modelos de linguagem complexos e algoritmos de visão computacional operem diretamente no aparelho, eliminando a latência e os riscos de privacidade da nuvem. O celular deixa de ser um terminal que consulta uma inteligência remota – ele passa a ser o próprio cérebro.

Por Cristiano Freitas.

 

A barreira da língua se desfaz em uma conversa telefônica com tradução simultânea. Um e-mail com cinquenta parágrafos se converte em três pontos de ação essenciais antes mesmo de você terminar de abrí-lo. Uma fotografia de férias se aperfeiçoa sozinha, ajustando cores e removendo elementos indesejados com a naturalidade de um pensamento.

 

Mas o que esperar dos smartphones de amanhã? Aparelhos que preveem o esgotamento emocional e sugerem pausas para meditação e interfaces que se ajustam automaticamente para reduzir o estresse visual após um longo dia. E uma outra tendência promissora: o smartphone como tutor pessoal. Equipados com IA, os aparelhos já auxiliam no aprendizado de novos idiomas ou habilidades, adaptando automaticamente a curva de aprendizagem às capacidades de cada indivíduo. O avanço desses celulares será moldada pela capacidade da IA em tornar cada aparelho profundamente pessoal, único em suas funções, quase como uma extensão intuitiva de seu dono.

Ainda assim, muitos desafios aparecem no horizonte. Privacidade e segurança permanecem cruciais. Um smartphone que sabe tanto sobre você exige total transparência sobre como, e onde, esses dados são usados. Há uma linha tênue entre personalização e invasão. Nesse cenário, a responsabilidade ética das empresas deve ser um imperativo, não um detalhe negociável.

 

A demanda crescente por memória RAM – estimada em 8 GB para suportar modelos de linguagem robustos -, impõe imitações à acessibilidade e ao custo final dos aparelhos. Além disso, surgem preocupações éticas diante de possíveis “alucinações” da IA e de questões relativas à privacidade, segurança e direitos autorais sobre conteúdos gerados por agentes artificiais. A responsabilidade ética, portanto, precisa evoluir na mesma velocidade  da inovação, para que o impacto seja positivo, tanto para os usuários quanto para  a sociedade.

 

No campo da experiência do usuário, assistentes que compreendem sentimentos e contextos mais profundos prometem simplificar tarefas. Eles constroem relações quase humanas com os seus donos, criando vínculos  empáticos à medida que se adaptam ao humor e às preferências individuais. Pesquisas recentes indicam que 96% dos brasileiros confiam em experiências mediadas por assistentes de IA, sinalizando um caminho sem volta  para que esses agentes se tornem parte inseparável do cotidiano móvel e da vida digital.

 

Smartphones com IA são, de fato, ferramentas poderosas. Da gestão inteligente de energia à automação total de tarefas cotidianas, estamos testemunhando uma revolução tecnológica tão profunda quanto foi a chegada da internet móvel. Não se trata de mudanças incrementais, mas de uma ruptura na forma como interagimos com a tecnologia no dia a dia.

Com a IA, o celular, esse objeto onipresente, está prestes a dar mais um salto evolutivo. Ele deixa de ser um simples repositório de aplicativos e passa a ser um orquestrador de intenções. Uma companhia que aprende, se adapta e age. Ao cruzar essa nova fronteira tecnológica, presenciamos o nascimento de smartphones mais avançados e a redefinição do que significa interagir com a tecnologia. Esses dispositivos, agora parceiros cognitivos, desafiam os limites entre humano e máquina. Eles aprendem conosco, entendem sentimentos sutis e  antecipam interesses e necessidades. E, ao fazer isso, entregam em nossas mãos algo muito maior do que uma simples ferramenta tecnológica: oferecem um espelho profundo de nossas intenções e ambições. Dão-nos a chance de repensar o que significa ser humano em uma era cada vez mais digital.

 

(*) Cristiano de Freitas é diretor de Negócios de Mobilidade da Positivo Tecnologia

 

Sobre a Positivo Tecnologia: A Positivo Tecnologia é uma empresa brasileira de tecnologia que desenvolve, fabrica e comercializa computadores, celulares, tablets, dispositivos para casas e escritórios inteligentes, servidores e demais soluções para infraestrutura de TI, além de máquinas de pagamento e tecnologias educacionais. Também oferece serviços gerenciados de TI. O conjunto de produtos e serviços é voltado para consumidores finais, empresas, condomínios residenciais, escolas e instituições públicas. A Companhia foi fundada em 1989, possui sede administrativa em Curitiba (PR), fábricas em Ilhéus (BA) e Manaus (AM), além de presença na Argentina, Quênia, Ruanda, China e Taiwan. O portfólio de marcas e negócios é composto por Positivo, Positivo Casa Inteligente, Positivo Servers & Solutions, PositivoSEG, Positivo as a Service, Positivo S+, VAIO, Infinix e Educacional – Ecossistema de Tecnologia e Inovação. Informações adicionais podem ser obtidas em  www.positivotecnologia.com.br. Para saber as últimas notícias sobre a Positivo Tecnologia, visite Sala de Imprensa, assim como os perfis da Companhia no LinkedIn, Facebook e Instagram.