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Threads: golpes com nova rede social miram usuários do Brasil




Threads: golpes com nova rede social miram usuários do Brasil - 1

O lançamento do Threads, a nova rede social da Meta, chamou a atenção de todos, incluindo os cibercriminosos. Prova disso foi a detecção de mais de 200 links suspeitos citando a plataforma em apenas 24 horas de monitoramento, incluindo a disseminação de um esquema fraudulento voltado especificamente contra usuários do Brasil.

O levantamento foi feito pela empresa de cibersegurança Kaspersky e demonstrou um reaproveitamento de fraudes antigas com a cara da nova plataforma. O principal destaque, como dito, foi um site malicioso em português brasileiro que oferecia pagar altos valores aos usuários em troca, simplesmente, da instalação do Threads.

A fraude segue o estilo de outras vistas recentemente, como o Money Looks, que tentava enganar os usuários se passando pela Shein. A promessa é de valores de mais de R$ 12 mil por curtidas e comentários no Threads, como parte de um sistema de compra de engajamento por supostos influenciadores.


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Golpe focado em usuários brasileiros promete dinheiro para quem curtir ou comentar em perfis no Threads; licença de “aplicativo secreto” é isca para obtenção de Pix (Imagem: Reprodução/Kaspersky)

Reportagens reais são editadas ao lado dos argumentos de sempre para ludibriar os usuários. O esquema Threads Lucrativo serviria como uma oportunidade de renda extra e liberdade financeira para os brasileiros, com o primeiro pagamento sendo de R$ 300 apenas para quem se cadastrar. Depoimentos de usuários que teriam recebido, assim como um falso contador de pagamentos, ajudam a tentar dar legitimidade à fraude.

O esquema chega a ganhar toques absurdos, como a ideia de que a plataforma seria gerenciada por um “primo” de Mark Zuckerberg, CEO da Meta, enquanto um longo vídeo exibe todas as vantagens da falsa proposta. Ao final, vem o golpe, com a licença do Threads Lucrativo custando R$ 147, um dinheiro que é transferido via Pix diretamente para uma conta sob controle dos golpistas, sem que a vítima jamais veja rendimento algum.

“O Brasil é o terceiro maior consumidor de redes sociais do mundo, portanto, é natural o surgimento de golpes”, explica Fabio Assolini, diretor da equipe global de pesquisa e análise da Kaspersky na América Latina. Sendo assim, aponta o especialista, a popularidade do Threads se torna uma isca interessante para os cibercriminosos, que estão em busca de ganhos financeiros.

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Esquemas de compras de seguidores no Threads e sites falsos simulando a rede social também são iscas para o roubo de credenciais de acesso e cartões de crédito (Imagem: Reprodução/Kaspersky)

Ao longo do monitoramento, os especialistas da Kaspersky também encontraram outros mecanismos menos arrojados de fraudes usando o Threads. Sites falsos fingindo serem a rede social, por exemplo, servem para roubar credenciais de acesso dos usuários, assim como sistemas de compra de seguidores, que também podem furtar as informações de cartão de crédito.

Os especialistas em segurança também destacam a ação rápida dos cibercriminosos. Segundo a Kaspersky, as primeiras fraudes envolvendo o Threads começaram a circular em 7 de julho, apenas dois dias depois do lançamento oficial da nova rede social, em um momento de ampla procura por cadastros e no qual os usuários ainda entendiam suas dinâmicas, dois aspectos que poderiam aumentar a chance de se tornarem vítimas.

Como se proteger de golpes no Threads

A recomendação da Kaspersky é pelo uso exclusivo do aplicativo oficial da nova rede social, que está disponível em versões iOS e Android. O software deve ser baixado somente de marketplaces reconhecidos, como o Google Play e a Apple App Store, com os usuários evitando links enviados por redes sociais, e-mails ou mensagens, bem como sites alternativos de downloads.

Além disso, é importante desconfiar de sites e serviços que ofereçam grandes pagamentos para uso de redes sociais, assim como descontos elevados em assinaturas. Lembre-se da máxima: se a oferta parece boa demais para ser verdade, ela provavelmente é mentira. Ao menor sinal de suspeita, evite preencher cadastros, entregar informações e, principalmente, realizar pagamentos.

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Fonte: Canaltech

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