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Queda de asteroide pode ter criado mineral em amostras da Chang’e 5




Queda de asteroide pode ter criado mineral em amostras da Chang'e 5 - 1

Os minerais nas amostras da Lua coletadas pela missão Chang’e 5, da China, vêm revelando mais sobre o passado do nosso satélite natural. Em um novo estudo liderado por Wei Du, pesquisadores investigaram as possíveis origens da composição lunar e concluíram que o mineral nas amostras, identificado como changesite-(Y), pode ter vindo do impacto de um asteroide por lá.

A queda da rocha teria deixado uma cratera com de diâmetro de 3 km a 32 km na superfície lunar, dependendo do ângulo do impacto —  e o changesite-(Y), descrito por pesquisadores em 2022, deve ter sido formado após o impacto. Como os asteroides e cometas se chocam com a Lua a velocidades extremas, eles causam mudanças nas rochas por lá.

As alterações de temperatura e pressão são rápidas, e rendem a formação de polimorfos de sílica, como estishovita e seifertita. Estes minerais são quimicamente semelhantes ao quartzo, mas suas estruturas cristalinas são diferentes. Para os autores, é possível que a estishovita e seifertita tenham sido formadas após a colisão que formou a cratera Aristarchus.


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Cristal de changesite-(Y), mineral descoberto pela China (Imagem: Reprodução/CNSA, China Atomic Energy Authority)

Trata-se da cratera de impacto mais jovem em meio a quatro delas, cujos detritos estão presentes em Oceanus Procellarum, região explorada pela Chang’e 5. A seifertita se transforma em estishovita durante os tremores secundários após o impacto de um asteroide, mas ambas podem coexistir em pressões altas.

Wei Du explica que, apesar de a superfície lunar ser coberta por dezenas de milhares de crateras de impacto, os minerais de alta pressão são pouco comuns nas amostras lunares. “Uma das possíveis explicações para esse fato é que a maioria dos minerais de alta pressão é instável em altas temperaturas”, sugeriu. Desta forma, aqueles formados durante o impacto podem ter passado pelo que Wi descreveu como “processo retrógrado”.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Matter and Radiation at Extremes.

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Fonte: Canaltech

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