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Um raio cai duas vezes no mesmo lugar?

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Um raio cai duas vezes no mesmo lugar? - 1

Diz o ditado popular que “um raio não cai duas vezes no mesmo lugar”. A expressão se refere a eventos que não costumam acontecer duas vezes no mesmo local ou com a mesma pessoa, sejam eles positivos (como ganhar na loteria), ou negativos — como ser, de fato, atingido por um raio. Mas será que um raio pode cair duas vezes no mesmo lugar?

A verdade é que o ditado popular não possui fundamentação científica alguma: os raios não só podem atingir o mesmo local mais de uma vez, como também certos locais podem receber diversas descargas elétricas seguidas.

Raios podem, sim, cair duas vezes no mesmo lugar (Imagem: Mathias Krumbholz/Wikimedia Commons)
Raios podem, sim, cair duas vezes no mesmo lugar (Imagem: Mathias Krumbholz/Wikimedia Commons)

Considerando um grande campo aberto, um raio pode atingir qualquer ponto em sua superfície, o que torna baixas as chances de um mesmo local exato ser atingido duas vezes em um curto intervalo de tempo.


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Mas não há embasamento científico para se afirmar que um raio não vai cair de novo no mesmo lugar daquele campo aberto. Pode-se dizer que é tudo uma questão de “sorte”, ou mero acaso. E vale ressaltar que ambientes fechados, como prédios por exemplo, podem ser alvos prioritários de raios durante uma tempestade — por isso edificações contam com para-raios em seus tetos.

Como os raios “escolhem” onde caem?

Quando um campo elétrico é formado entre as nuvens e o solo em uma tempestade, a carga elétrica é liberada conectando estes dois extremos através de um caminho preferencial, que ofereça menor resistência. Desta forma, estruturas mais altas e de certos materiais podem ser atingidos com maior frequência.

Os próprios para-raios são construídos com isso em mente, aproveitando-se de seu posicionamento, formato e composição para proteger pessoas e edifícios. Esses equipamentos direcionam a descarga elétrica para o solo, impedindo que o raio cause danosl.

Já se não há nada que possa atrair e direcionar os raios a um local específico — como no caso de um descampado —, não há como prever onde eles vão cair.

Pára-raios no topo de um edifício (Imagem: daryl_mitchell/CC BY-SA 2.0)
Para-raio no topo de um edifício (Imagem: daryl_mitchell/CC BY-SA 2.0)

Mitos sobre raios

Além do mito de que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, há outras ideias erradas sobre esses fenômenos — algumas, inclusive, que podem colocar pessoas em risco durante fortes tempestades.

Um exemplo é o ato de se proteger debaixo de árvores durante uma tempestade. Árvores não representam um bom abrigo contra este tipo de fenômeno: pela maneira como os raios funcionam, embaixo de árvores é, na verdade, um péssimo lugar para se estar. Em um local exposto, abaixar-se também não é uma boa saída — a melhor opção é se mover o mais rápido possível para um local seguro.

Um prédio ou uma casa são abrigos ideais contra os raios, mas até mesmo um abrigo menor, como um carro, pode fornecer a proteção necessária. Mesmo se um raio atingisse o veículo, as pessoas dentro dele estariam seguras. Mas, ao contrário do que se pode pensar, não são os pneus de borracha que garantem isso: a proteção se dá pois a estrutura metálica dos carros atua como o que os cientistas chamam de Gaiola de Faraday — a eletricidade fica retirada no metal assim como no experimento de mesmo nome.

Árvores não são abrigos seguros contra raios, não fique embaixo delas durante uma tempestade (Imagem: Jonas Kaiser/Unsplash)
Árvores não são abrigos seguros contra raios, não fique embaixo delas durante uma tempestade (Imagem: Jonas Kaiser/Unsplash)

Por fim, se uma pessoa for atingida por um raio, ela não fica eletricamente carregada e é seguro se aproximar de seu corpo. Alguém que recebe tal descarga elétrica precisa de atenção médica imediata — em alguns casos, pode ser necessário realizar massagem cardíaca.

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Fonte: Canaltech

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