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Governo chinês prende, interroga e ameaça usuários do Twitter, diz jornal




Na China, uma tuitada pode lhe causar mais que uma dor de cabeça e explicações no ambiente virtual: segundo informações veiculadas em uma reportagem do jornal The New York Times, as autoridades a serviço do governo chinês estão prendendo, interrogando e ameaçando usuários da rede social de microblogs, e às vezes, estendendo as ameaças às suas famílias e até a filhos que ainda nem nasceram.

O ativista Huang Chengcheng disse que foi forçado a assinar um termo de compromisso de se ausentar completamente do Twitter — após ter seus membros algemados a uma cadeira por oito horas e ser submetido a interrogatório invasivo.

Pan Xidian, outro ativista, com cerca de 4 mil usuários no Twitter, postou um cartum antigovernamental, além de criticar a política de detenção e questionamento adotada pelas autoridades contra a plataforma. Ele contou ao jornal que, em novembro, foi levado para um interrogatório que durou cerca de 20 horas, onde concordou em apagar os tuítes mais críticos. Ainda assim, pouco tempo depois, agentes do governo o buscaram em seu local de trabalho, colocando-o em um carro e forçando-o a assinar um termo onde reconhecia ter “perturbado a ordem pública”. Depois, ficou preso por duas semanas, sendo forçado a assistir sessões de propaganda pró-governo.

Governo chinês vem, segundo jornal americano, prendendo e interrogando usuários do Twitter no país, fazendo ameaças a eles e suas famílias

Outro ativista obteve gravações de seu interrogatório, onde, durante quatro horas, ele foi questionado sobre a sua posição contrária ao governo em relação às políticas ambientais chinesas. No áudio, é possível ouvir um aviso dos agentes de que tudo o que o usuário tivesse feito ou fazendo pela internet seria monitorado, além de um oficial alertando-o para parar de usar o Twitter pois, se ele fosse preso por isso uma segunda vez, poderia afetar os seus filhos — se ele tivesse algum no futuro.

O Twitter, oficialmente, é proibido de ser usado em território chinês e a empresa em si não é vista com bons olhos pelo governo local. Contudo, isso não impediu que muitos dos cidadãos do país migrassem para a plataforma de São Francisco para reclamar e narrar informações e posições do autoritário governo da China. Em sua maioria, os usuários chineses do Twitter são ativistas políticos e de direitos humanos, além de jornalistas e dissidentes políticos.

No país, há um serviço oficial de microblogs, o Weibo; contudo, devido ao controle governamental e constante monitoramento da plataforma pelas autoridades, são poucas as pessoas que o usam para falar livremente sobre suas predileções. Ironicamente, o governo chinês e diversas emissoras estatais de televisão mantém perfis oficiais no Twitter.

Fonte: Canaltech

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