Mundo Tech

A volta completa: do analógico ao tecnológico




A volta completa: do analógico ao tecnológico - 1

*Por Rogério Augusto

A tecnologia parece não ser mais uma opção na vida das pessoas. De acordo com a pesquisa TIC Domicílios, que tem por objetivo geral medir o acesso e os usos da população em relação às tecnologias de informação e comunicação, 126,9 milhões de pessoas usaram a internet regularmente em 2018. Outro ponto interessante do estudo é que pela primeira vez, metade da zona rural brasileira está conectada, 49% da população disse ter acesso à rede em 2018, o que superou os 44% de 2017. Tais dados mostram o quanto a tecnologia já faz parte do dia a dia das pessoas, seja para trabalho ou lazer.

Prova disto é a 29ª Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas, realizada pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), que revelou que o Brasil tem hoje dois dispositivos digitais por habitante, incluindo smartphones, computadores, notebooks e tablets. Além disso, o levantamento também mostrou que em 2019, o País terá 420 milhões de aparelhos digitais ativos. Em contrapartida, muitas pessoas começaram a sentir falta de experiências mais reais. O que temos notado é que quanto mais as inovações chegam às nossas vidas, mais necessidade temos em retomar as vivências mais básicas de contato humano.


CT no Flipboard: você já pode assinar gratuitamente as revistas Canaltech no Flipboard do iOS e Android e acompanhar todas as notícias em seu agregador de notícias favorito.

Temos sentido cada vez mais carência por interações reais. Produtos e serviços passam a ser commodities e as organizações estão investindo cada vez mais em humanização dos seus processos internos para atrair e manter seus clientes. Por isso, o que vemos hoje é que muitas empresas atraem os consumidores mais por sua experiência do que pela solução em si. É o caso do Nubank, por exemplo, que oferece um serviço que muitos bancos oferecem, o grande diferencial está mesmo na relação próxima com seus clientes.

Ao que parece demos a volta completa. Se antes as pessoas buscavam uma marca que resolvesse seus problemas da maneira mais prática possível e produtos altamente tecnológicos, hoje vai muito além disso. Não basta ter uma solução extremamente inovadora, é preciso oferecer um contato sensorial real. Isso se deve muito a chegada das novas gerações. A Alpha, por exemplo, já nasceu imersa na era digital, por isso, smartphones, conteúdo via streaming não é novidade para eles, ou seja, prezam por identidade e algo completamente individualizado.

O livro “A vingança dos analógicos” do jornalista canadense David Sax, retrata bem isso. A obra, mostra como o consumo do analógico voltou em muitos formatos como filme fotográfico, papel, vinil, entre outros. O autor acredita que isso está acontecendo porque essas experiências analógicas estão mais ligadas à nossa realidade, com todas as imperfeições e um prazer que não existe no mundo digital. Algumas marcas também já entenderam que esses novos consumidores buscam por mais realidade. A HP lançou recentemente, uma campanha que tem o objetivo de estimular o contato humano. Não se desconectando completamente do digital, mas equilibrando os dois mundos, para que haja harmonia.

É claro, que a tecnologia vai evoluir cada vez mais, mas é preciso que as empresas pensem que, para criar algo de fato diferente e que encante os consumidores, elas precisam pensar não só no produto em si, mas em toda a vivência que ele proporciona.

*Rogério Augusto é sócio fundador da Phosfato , clube de assinatura de revelação surpresa de fotos.

Trending no Canaltech:

Fonte: Canaltech

Continua após a publicidade..