O Magisto, um aplicativo de edição de vídeo baseado em nuvem, quebrou a lei de privacidade de dados a partir do momento em que passou a fazer o reconhecimento facial de milhares de pessoas usando inteligência artificial e armazenando esses dados sem o consentimento dos usuários.
O app em questão foi adquirido pela Vimeo em abril deste ano, e é voltado para vídeos de marketing corporativo. Basicamente, funciona assim: o usuário seleciona um modelo de vídeo, carrega suas próprias fotos e vídeos, escolhe algumas outras opções, e o Magisto gera um pacote final com todo o material, combinado automaticamente, usando vários sistemas treinados de aprendizado de máquina. Ele funciona tanto na versão web quanto em aplicativos para iOS e Android.
Quanto à quebra de privacidade: é que, quando o usuário carrega um vídeo ou foto contendo o rosto de alguém, o aplicativo detecta a presença da pessoa e gera uma biometria facial, e essas informações ficam salvas em um banco de dados. A partir do momento em que o usuário carrega mais imagens, os rostos são comparados com as faces desse banco de dados hospedado na nuvem. A tecnologia de inteligência artificial também identifica o gênero, a idade e a localização de cada pessoa.
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Por isso, a Vimeo está sendo processada por usuários dos Estados Unidos — especificamente por causa da coleta de dados biométricos sem a permissão. Segundo a lei do país, as empresas que coletam dados biométricos devem obter consentimento por escrito das pessoas, declarar explicitamente o motivo pelo qual estão usando a tecnologia, e publicar diretrizes públicas sobre quanto tempo pretende reter as imagens e eles podem ser excluídos. O Magisto menciona no site que usa reconhecimento facial em seu processo de edição, e declara que coletas dados que podem incluir informações pessoais que possam identificá-lo, mas não explica por quanto tempo esses dados biométricos são armazenados e de que maneira podem ser removidos.
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Fonte: Canaltech