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Astrônomos conseguem prever quando buracos negros supermassivos vão “explodir”




Astrônomos conseguem prever quando buracos negros supermassivos vão

Astrônomos conseguiram observar a maneira como um sistema binário de buracos negros se comporta e se movimenta. Além de aprimorar modelos anteriores, o estudo testou algumas das principais previsões da Teorias da Relatividade Geral de Albert Einstein.

O sistema OJ 287 está a cerca de 3,5 bilhões de anos-luz da Terra e é conhecido há mais de 200 anos. Mas só em 2015 foi descoberta a natureza binária do objeto, ou seja, que ele é composto por dois objetos que interagem entre si. Um deles é um buraco colossal que tem 18 bilhões de vezes a massa do Sol, enquanto o outro é bem menor, com “apenas” 150 milhões de massas solares.

Em 1996, os astrônomos já tinham um modelo que previa mais ou menos o que aconteceria com um sistema dessa natureza, no qual um buraco negro pequeno orbita outro bem maior. Mas agora, os cientistas conseguiram prever as interações com muito mais precisão.


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Há um brilho repentino nesse sistema que ocorre duas vezes a cada 12 anos. Às vezes, isso acontece com um intervalo de apenas um ano; outras vezes, com até 10 anos de diferença. A explosão de energia é equivalente a um trilhão de sóis acendendo ao mesmo tempo, repentinamente, na galáxia onde esses buracos negros estão localizados

Isso acontece porque o objeto menor está constantemente colidindo com o disco de gás e poeira acumulado ao redor de seu companheiro maior, aquecendo o material a temperaturas extremamente altas no processo. Os intervalos irregulares entre uma explosão e outra apontam para a complexidade do trajeto que o buraco negro pequeno realiza em sua órbita em torno do companheiro colossal. Foi essa complexidade que a equipe de pesquisa incorporou agora, criando um modelo altamente sofisticado.

Outro parâmetro importante do modelo atualizado é a energia que irradia para longe do sistema na forma de ondas gravitacionais, algo previsto por Einstein em sua Teoria da Relatividade Geral e confirmado mais de uma vez em observações reais recentes. Essas ondulações na estrutura do espaço-tempo são geradas por corpos em aceleração e, em um cenário supermassivo como é o caso do OJ 287, exercem uma influência significativa na maneira como o sistema opera.

Esse modelo atualizado foi testado em 31 de julho do ano passado, quando os cientistas identificaram a explosão mais recente no sistema binário, com 2,5 horas de diferença em relação ao que equações haviam previsto – margem de erro excelente considerando a complexidade desses eventos astronômicos. Significa que o novo modelo tem bastante precisão – e, mais uma vez, comprova as teorias de Einstein, já que o comportamento das ondas gravitacionais foi importante como um dos parâmetros para que a simulação funcionasse tão bem.

Fonte: Canaltech

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