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China estabelece regras para combater o vício em videogames




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O governo chinês lançou novas regras destinadas a conter o vício em videogame entre os jovens, um problema que as autoridades acreditam ser o responsável pelo aumento da miopia e pelo baixo desempenho acadêmico em uma ampla faixa da sociedade. As cartilha, que foi anunciadas pela Administração Nacional de Imprensa e Publicações na última terça-feira (5), proíbe usuários menores de 18 anos de jogar entre 22h e 8h. Eles não têm permissão para jogar mais de 90 minutos nos dias úteis e três horas nos finais de semana e feriados. Essa limitação é a mais recente tentativa do governo de controlar a indústria de jogos online da China, uma das maiores do mundo, que gera mais de US$ 33 bilhões (R$ 132 bilhões, aproximadamente) em receita anual e atrai centenas de milhões de usuários.

Além disso, a Administração Nacional de Imprensa e Publicações disse que os menores seriam obrigados a usar nomes reais e números de identificação quando fizerem login para jogar. As regras também limitam quanto os jovens podem gastar em compras feitas através de aplicativos, como armas virtuais, roupas e animais de estimação. Agora, essas compras são limitadas de US$ 28 (R$ 112) a US$ 57 (R$ 228) por mês, dependendo da idade. As autoridades chinesas disseram que os regulamentos foram feitos para combater o vício. “Esses problemas afetam a saúde física e mental dos menores, bem como o aprendizado e a vida normais”, disse a Administração Nacional de Imprensa e Publicações em comunicado publicado pela Xinhua, agência de notícias oficial do país.

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Jovens gamers se deparam com novas regras na China

Analistas disseram que os regulamentos foram amplamente antecipados pelo setor e dificilmente prejudicariam a receita. Muitas das maiores empresas de tecnologia, incluindo Tencent e Netease, já impuseram limites aos usuários mais jovens. Também é provável que os jogadores jovens encontrem maneiras de contornar os regulamentos, como usar o telefone e o número de identificação dos pais.


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“Sempre haverá brechas”, disse Daniel Ahmad, analista sênior da Niko Partners, uma empresa de pesquisa e consultoria, segundo o New York Times. Mas Ahmad acrescentou que a China agora é um dos mercados de videogame mais fortemente regulamentados do mundo e que as empresas de tecnologia no país e no exterior seriam forçadas a seguir mais de perto os anúncios de políticas do governo. “Acho que em comparação com o Ocidente é muito extremo”, disse ele. “Editores e desenvolvedores precisam estar muito conscientes do conteúdo dos jogos que estão desenvolvendo para o mercado”, acrescentou. As regras foram cumpridas com ceticismo por alguns pais e jogadores.

Em um sinal da crescente importância global do mercado chinês de jogos, a americana Activision Blizzard suspendeu recentemente um jogador de e-sports que havia mostrado apoio a manifestações antigovernamentais em Hong Kong durante uma transmissão ao vivo.

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Fonte: Canaltech

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