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Cigarros eletrônicos danificam vasos sanguíneos, diz estudo




Cigarros eletrônicos danificam vasos sanguíneos, diz estudo - 1

O cigarro eletrônico (dispositivo operado por bateria, que converte líquido em aerossol, e é inalado para os pulmões do usuário) tem sido uma opção para aqueles que estão tentando parar de fumar e se livrar da nicotina. No entanto, isso não quer dizer que a prática seja necessariamente boa para o usuário. Os pesquisadores da Escola de Medicina Perelman, da Universidade da Pensilvânia (EUA), estudaram o impacto a curto prazo deste tipo de dispositivo e concluíram na última terça-feira (20) que ele danifica os vasos sanguíneos, mesmo que o vapor seja completamente livre de nicotina.

O estudo foi feito da seguinte forma: os pesquisadores fizeram exames de ressonância magnética em 31 adultos saudáveis e não fumantes, antes e depois de fumar um cigarro eletrônico livre de nicotina. Isso resultou na redução do fluxo sanguíneo e na função endotelial, comprometida na grande artéria (femoral) que fornece sangue para as coxas e pernas. Se essa função é danificada, as artérias engrossam e o sangue flui para o coração, o que pode resultar num ataque cardíaco ou derrame.

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Segundo pesquisa, o cigarro eletrônico não é tão inofensivo quanto parece (Foto: Pixabay)


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Felix W. Wehrli, professor de Radiologia e Biofísica da Escola de Medicina Perelman, explica: “Embora o líquido do cigarro eletrônico possa ser relativamente inofensivo, o processo de vaporização pode transformar as moléculas – principalmente propilenoglicol e glicerol – em substâncias tóxicas”. Ele ainda acrescenta: “Além dos efeitos nocivos da nicotina, mostramos que o cigarro eletrônico tem um efeito imediato e repentino na função vascular do corpo e pode, potencialmente, levar a consequências prejudiciais a longo prazo”.

Os pesquisadores realizaram uma análise estatística para determinar as diferenças na função vascular antes e depois do cigarro eletrônico. Eles observaram redução de 34% na dilatação da artéria femoral, redução de 17,5% no pico de fluxo sanguíneo e redução de 25,8% na aceleração do sangue. Alessandra Caporale, pesquisadora de pós-doutorado no Laboratório de Imagem Estrutural, Fisiológica e Funcional, aponta: “Cigarros eletrônicos são anunciados como não prejudiciais e muitos usuários estão convencidos de que estão apenas inalando vapor de água. Mas os solventes, aromas e aditivos na base líquida, após a vaporização, expõem os usuários a múltiplos danos à respiração e aos vasos sanguíneos”.

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Fonte: Canaltech

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