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Colisão rara entre dois buracos negros de massas desiguais surpreende cientistas

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Colisão rara entre dois buracos negros de massas desiguais surpreende cientistas - 1

Em 2019, instrumentos científicos detectaram sinais de ondulações no espaço-tempo causadas por colisões entre buracos negros. Esse tipo de evento, que até pouco tempo atrás era muito difícil de se captar, se tornou mais “comum”, e os cientistas puderam até mesmo “ouvir” o eco das ondas gravitacionais de uma dessas colisões. Porém, um estudo recente encontrou algo inesperado.

Acontece que os buracos negros envolvidos nas colisões detectadas sempre eram iguais em termos de massa. Na colisão de 12 de abril de 2019, os detectores de ondas gravitacionais captaram o sinal da colisão de dois buracos negros, e os cientistas não esperavam encontrar nada diferente do que já haviam visto nesse tipo de evento até então. Mas, ao estudar a detecção mais de perto, eles perceberam que os tamanhos dos buracos negros eram diferentes.

Em vez de dois buracos negros iguais, aquela onda gravitacional parecia ter sido desencadeada por uma fusão desigual – um buraco negro era três ou quatro vezes mais massivo que o outro. Então, cientistas do observatório LIGO anunciaram a descoberta, no último sábado (18), em uma reunião on-line da American Physical Society.


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Simulação da colisão entre dois buracos negros desiguais (Imagem: N. Fischer/H. Pfeiffer/A. Buonanno)

“É uma observação improvável”, disse Maya Fishbach, doutorando na Universidade de Chicago, ao apresentar a descoberta em uma palestra. “É um evento excepcional, porque não esperávamos que fosse baseado nos primeiros 10 buracos negros binários”, completou, referindo-se às 10 primeiras colisões detectadas pelo LIGO entre 2015 e 2017. A colisão atual faz parte de uma nova sequência de observações.

Essa é a primeira vez que cientistas detectam uma colisão entre dois buracos negros na qual um dos objetos é mais massivo que o outro – bem mais! Enquanto um deles tem cerca de oito vezes a massa do Sol, o outro é cerca de 30 vezes a massa solar. O sistema binário de buracos negros está localizado a 2,4 bilhões de anos-luz de distância da Terra.

Essa descoberta fornece aos cientistas uma melhor compreensão de como os buracos negros se formam. “Estamos aprendendo que sistemas desse tipo existem e quão raros são”, disse Giancarlo Cella, coordenador de análise de dados do observatório Virgo, na Itália. “Isso nos permitirá deduzir como eles se formaram”.

A terceira sequência de observação do LIGO foi interrompida pela disseminação da pandemia da COVID-19, mas rendeu uma impressionante quantidade de mais de 50 detecções. Os cientistas ainda estão analisando esses dados para saber se há outras colisões desiguais. A nova pesquisa foi publicada em um artigo, mas ele ainda não foi revisado por pares.

Fonte: Canaltech