Imagine você poder identificar traços de um vírus em amostra de água de uma forma rápida, econômica e simples, substituindo as idas e vindas e o tempo consumido para análise em laboratório com o uso de smartphone. É isso o que pesquisadores da Universidade do Arizona estão conseguindo com uma nova técnica que usa a câmera do celular e um microscópio pequeno para detectar gastroenterite.
Os norovírus causam cerca de 20 milhões de casos anuais da doença, bem como de intoxicação alimentar, especialmente em lugares fechados com alguém que está contaminado — a exemplo de hospitais e cruzeiros marítimos. Apenas 10 partículas são o suficiente para criar um grande problema, especialmente se contaminarem um reservatório d’água.
A preocupação com as enfermidades ganha outra dimensão quando observamos que os sintomas de vômito, diarreia e outros problemas causados pelo norovírus chegam a causar aproximadamente 200 mil mortes anualmente em todo o mundo, segundo os números do próprio grupo de estudos.
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Como funciona?
A técnica envolve um chip microfluídico de papel. “O substrato de papel é muito barato e fácil de armazenar, e podemos fabricar esses chips facilmente. A estrutura fibrosa do papel também permite que o líquido flua espontaneamente sem usar os sistemas de bombeamento que outros chips, como os de silicone, geralmente exigem”, explica Soo Chung, um dos integrantes da pesquisa.
Um usuário pode adicionar uma amostra de água a uma extremidade do chip de papel e pequenas bolinhas de isopor fluorescente, impregnadas com anticorpos contra o norovírus, em outro. Os anticorpos se ligam a qualquer partícula de norovírus, fazendo com que as esferas se agrupem.
Esses aglomerados podem ser visualizados usando um smartphone conectado a um microscópio pequeno e barato. Com a ajuda de um app, é possível fazer a contagem dos vírus que se ligaram às bolinhas fluorescentes e detectar facilmente a doença. Veja a explicação no vídeo:
E agora?
“Você não precisa ser um cientista ou engenheiro para executar o dispositivo. A análise é feita automaticamente pelo aplicativo para smartphone, então você só precisa se preocupar em carregar uma amostra de água no chip”, diz Jeong-Yeol Yoon, outro integrante da equipe médica.
Isso pode ser especialmente útil nos casos onde o acesso a laboratórios são muito mais difíceis e demandam um tempo muito maior, a exemplo de vilarejos distantes e dos já citados cruzeiros. O estudo foi apresentado recentemente na American Chemical Society e agora passa por ajustes para chegar a uma versão “comercial”.
E pode ser também adaptado para detectar outras substâncias. Atualmente, Yoon e seu grupo pesquisam a identificação do Ácido perfluorooctanoico, associado a vários cânceres e outros efeitos na saúde, como desregulação endócrina e supressão imunológica.
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Fonte: Canaltech