Os e-sports voltam a ser tema de debate no plenário, depois de não alcançarem consenso. Ontem (7), a Comissão de Educação, Cultura e Esportes (CE) discutiu o projeto do senador Roberto Rocha (PSDB), que regulamenta os e-sports, popularmente chamados de jogos eletrônicos, que devem ser classificados como modalidade esportiva, de acordo com o PLS 383/2017.
Na ocasião, a senadora Leila Barros (PSDB) convidou para a audiência pública representantes do universo gamer, procurando ampliar o diálogo na casa.
De acordo com o projeto de lei, a ementa “define como esporte as atividades que, fazendo uso de artefatos eletrônicos, caracteriza a competição de dois ou mais participantes, no sistema de ascenso e descenso misto de competição, com utilização do round-robin tournament systems, ou knockout systems, ou outra tecnologia similar e com a mesma finalidade”
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Durante a audiência, Leo De Biase, diretor da BBL, holding especializada no universo dos games, destacou o crescimento e a importância financeira dos e-sports que hoje só perde, em audiência, para a NFL, a liga profissional de futebol americano dos EUA. De Biase também defendeu uma nova redação para o projeto e afirmou que os gamers são, sim, atletas profissionais.
Para o especialista do mercado, “estamos falando de competição, de fair play, de dedicação. Eles são atletas. A gente está falando de um profissionalismo muito grande, em todas as partes desse ecossistema e de uma torcida gigantesca e apaixonada.”
Violência nos e-sports
Enquanto isso, o senador Styvenson Valetin (Pode) bateu na tecla sobre a violência em muitos desses jogos. Durante seu depoimento, afirmou: “Eu conheço alguns jogos em que o jogador tem prazer em bater num policial. Não bate na vida real, mas vai bater no videogame. Tem o prazer de bater nas mulheres; tem em jogo. Eu digo que, no GTA, um cara pega um porrete e bate no outro, dá tiro, descarrega a arma todinha no cara. Não é violência?”.
Outra convidada da audiência, a psiquiatra Renata Figueiredo comparou o vício nas modalidades eletrônicas à dependência química, com mudanças de humor e sintomas de ansiedade e abstinência. Para Figueiredo, “não é possível associar grandes tragédias, massacres, aos jogos, mas os relatos são de que [os envolvidos] treinaram a mira nesses jogos, como em Columbine e aqui em Suzano.”
Em contraponto, o psicólogo esportivo João Cosac considera saudável o crescimento das modalidades de esportes eletrônicas e, em comparação sobre possíveis vícios, lembra que “existe o menino que não sai da quadra o dia inteiro” e que não é abordado. Quanto à questão da violência, Cosac argumenta que ela está em todo lugar, basta ligar a televisão.
A proposta já havia recebido pareceres favoráveis na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) e na CE, mas uma emenda foi apresentada em Plenário e o projeto voltou para nova análise nas duas comissões. Uma nova audiência pública sobre a proposta será realizada em 21 de novembro.
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Fonte: Canaltech