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Não são estrelas: cada ponto de luz nesta imagem é uma galáxia muito distante




Não são estrelas: cada ponto de luz nesta imagem é uma galáxia muito distante - 1

Com a ajuda do telescópio MeerKAT, do South African Radio Astronomy Observatory (SARAO), uma equipe internacional de astrônomos conseguiu realizar as primeiras observações de rádio de algumas das galáxias mais distantes do universo – muitas delas nunca detectadas antes. A observação resultou em uma impressionante imagem contendo milhares de galáxias como se fossem pequenos pontos de luz.

Radiotelescópios como o MeerKAT são muito úteis no estudo de objetos distantes porque podem “olhar” através de nuvens de gás e poeira, que interferem nas observações ópticas. Os cientistas também usam um software que converte os comprimentos de onda de rádio em imagens, e revela cores e brilho equivalentes a esses sinais.

Os pesquisadores usaram o MeerKAT para observar uma região do céu do sul do tamanho de cinco luas cheias, por um total de 130 horas. O resultado é a imagem abaixo, batizada como “DEEP2”. Cada um dos milhares de pontos brilhantes que você vê na imagem é uma galáxia diferente.


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Não são estrelas: cada ponto de luz nesta imagem é uma galáxia muito distante - 2
(Imagem: SARAO; NRAO/AUI/NSF)

Os brilhos mais intensos são de galáxias que tiveram sua luminosidade distorcida pela gravidade de algum buraco negro supermassivo muito poderoso. Já os pontos mais fracos são galáxias distantes semelhantes à Via Láctea.

James Condon, do Observatório Nacional de Astronomia de Rádio (NRAO), explica que “apenas estrelas de vida curta com menos de 30 milhões de anos enviam ondas de rádio”. Isso significa que a imagem não inclui estrelas antigas. “A luz de rádio que vemos em cada galáxia é, portanto, proporcional à sua taxa de formação de estrelas em naquele momento”.

Além de fascinante, a imagem sugere que as taxas de formação de estrelas durante meio-dia cósmico (um período do universo após o Big Bang no qual a formação de estrelas atingiu o ápice, cerca de 8 a 11 bilhões de anos atrás) eram ainda mais intensas do que os cientistas imaginavam.

Allison Matthews, estudante da Universidade da Virgínia e doutorando no NRAO, disse que “ imagens anteriores só conseguiam detectar a ponta do iceberg, as galáxias raras e luminosas que produziam apenas uma pequena fração das estrelas no universo; o que vemos agora é a imagem completa: esses pontos fracos são as galáxias que formaram a maior parte do estrelas no universo”.

Esse resultado é apenas o começo. De acordo com o astrônomo William Cotton, do NRAO, as próximas gerações de instrumentos de observação radioastronômica devem trazer resultados “ainda mais espetaculares”.

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Fonte: Canaltech

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