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NASA quer fomentar o desenvolvimento de estações espaciais comerciais




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A NASA está propondo o desenvolvimento de estações espaciais comerciais, e lançou na última semana um esboço da sua solicitação para apoiar essa ideia. Essa versão preliminar já nos apresenta à proposta que a agência chama de Commercial Destination Development in Low Earth Orbit Free Flyer. Além disso, um ex-administrador da NASA pede à indústria que intensifique seu investimento e uso de tais instalações.

Basicamente, a ideia do programa é ajudar no desenvolvimento de instalações comerciais na órbita terrestre separadas da Estação Espacial Internacional (ISS). De acordo com a solicitação, o objetivo é “desenvolver e demonstrar tecnologias de destino comercial e mercados na órbita baixa da Terra”. Uma versão final do documento da NASA está prevista para ser publicada em 18 de novembro.

Esse apoio seria parte do programa Next Space Technologies for Exploration Partnerships (NextSTEP), a parceria público-privada que busca o desenvolvimento para exploração espacial. Empresas como SpaceX, Boeing e Blue Origin já fazem parte do NextSTEP, recebendo investimento para se concentrar em desenvolver tecnologias que serão úteis tanto para as missões futuras da NASA, quanto dessas companhias. Além disso, a agência norte-americana anunciou em junho que a própria ISS será aberta para oportunidades comerciais.


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A agência espacial espera emitir uma ou mais concessões para estudos iniciais de estações espaciais comerciais. A NASA deve gastar US$ 561 milhões até o ano fiscal de 2024, tanto em um módulo comercial que seria instalado na ISS, quanto nas iniciativas Free Flyer. Ela solicitou US$ 150 milhões para esse incentivo de comercialização da baixa órbita em sua proposta de orçamento para 2020, mas a versão do Senado incluiu apenas US$ 15 milhões voltados a essa iniciativa.

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Conceito de estação espacial da Blue Origin

 

Para a comercialização da baixa órbita, a NASA planeja estabelecer os novos preços para uso comercial da ISS, e também para indivíduos que desejam visitar a estação. Isso daria às empresas uma bagagem mercadológica para futuramente lançarem suas próprias estações. Por sua vez, a NASA poderia eventualmente encerrar as operações na ISS e se tornar cliente dessas instalações comerciais – é que alguns especialistas estimam que a ISS tem apenas mais alguns anos restantes de vida útil da maneira como está agora.

Charles Bolden, administrador da NASA de 2009 a 2017, disse que essas iniciativas precisam ser aceleradas. “Isso é uma coisa que me incomoda, porque todos nós falamos sobre daqui a 25 ou 50 anos. Não temos tanto tempo”. Ele acredita que a ISS deve durar apenas mais de quatro a oito anos. “A ISS é uma máquina”, disse ele, “e as máquinas quebram”. No entanto, estudos anteriores concluíram que a ISS pode operar pelo menos até 2028 e provavelmente até a década de 2030, sem grandes reparos ou substituições de componentes-chave.

Bolden continua, dizendo que “alguém tem que apresentar uma estratégia mercadológica que ajude as pessoas a entenderem que há valor em entrar em órbita baixa da Terra”, e citou exemplo de pesquisas farmacêuticas ou de ciência dos materiais. A NASA e outras organizações têm trabalhado para encontrar uma abordagem comercial convincente e estimular a pesquisa na ISS, mas até agora não houve nada que direcionasse a demanda para estações comerciais.

Bolden expressou decepção com a indústria e provocou os engenheiros. “Para todos vocês conservadores aqui que acreditam no livre mercado, você tem uma oportunidade. Pule da Estação Espacial Internacional e construa a infra-estrutura de órbita baixa da Terra que precisamos para enviar seres humanos com sucesso de volta à Lua e a Marte”.

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Fonte: Canaltech

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