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Os 5 melhores filmes de comédia disponíveis na Netflix




Os 5 melhores filmes de comédia disponíveis na Netflix - 1

Se há um gênero generoso no cinema, ele é justamente o que nos faz rir. Isso porque não existe somente a comédia pura, crua. Ela vai se ramificando e alcançando quase todos os outros gêneros. Assim, existe a comédia romântica e também o terrir; a comédia dramática, a de sátira com suas críticas afiadas e a pastelão. Também há a comédia de situação (que extrai humor do dia-a-dia) e a de constrangimento. Há ainda as comédias de costumes, de personagem, vaudeville, a farsa e a clássica Commedia Dell’Arte. E existem mais… É tanta diversidade que construir uma lista curta com o intuito de atender a tudo acaba sendo totalmente impossível.

De todo modo, vale repetir o que tenho tentado deixar claro desde minha primeira lista: As expectativas raramente são benéficas quando se trata de cinema. Há, sempre, a necessidade se deixar levar por uma obra para que ela tenha a oportunidade de provar o seu valor. Preconceber julgamentos antes de ter contato real com o objeto pode ser um gesto que venha a desmerecer ou enaltecer o que, a partir de uma visão neutra, não passaria de merecedor de opiniões medianas, mornas.

É verdade que, para um julgamento crítico, é interessante que se faça o possível para que gostos pessoais não maculem o todo, mas jamais se pode deixar de lado o que se é. Se nos abrirmos para uma completa neutralidade, podemos nos tornar um tanto quanto robóticos e, no final das contas, acabamos criando a noção errada de que cinema – como arte que é – pode ser algo exato, quando, na verdade, é bem subjetivo.


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Pensando nisso, criei uma lista que, sem a menor pretensão de ser exata, definitiva ou qualquer coisa do tipo, serve como indicação para quem não assistiu aos filmes ou para quem gostaria de reassisti-los. Para mim, é óbvio que, dentro do catálogo da Netflix, podem ser encontrados outros tão bons quanto ou até objetivamente e particularmente melhores. A comédia deve ser o gênero mais bem disseminado pela provedora de streaming.

Dentro dessa abordagem sem verdades absolutas, vamos à lista dos 5 melhores filmes de drama disponíveis na Netflix (e mais um bocado de menções honrosas) – a pedidos do leitor Rubens (que infelizmente não tenho o sobrenome), os títulos originais dos filmes passam a fazer parte das minhas listas (entre parênteses, ao lado do nacional) quando forem diferentes dos adotados por aqui:

5. Loucademia de Polícia (Police Academy)

A comédia nonsense teve um auge entre a década de 1980 e o início dos anos 1990. Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu (1980), Corra que a Polícia Vem Aí! (1988), Top Gang! Ases Muito Loucos (1991)… são tantas e de tanta qualidade no fazer rir – para quem consegue embarcar no subgênero, claro – que é bem complicado comentar sobre indicações de comédias sem visitar esse período. Loucademia de Polícia é um representante dessa era. Mas não somente. O filme gerou seis sequências, com Loucademia de Polícia 7: Missão Moscou sendo o último. É inusitado, é sem noção, é escrachado e até tem toques de sátira… e deve fazer quem nunca assistiu querer acompanhar a história do grupo de desajustados de bom coração que entram para a academia de polícia para tentar a vida como policiais. Dá certo? Para eles (os personagens) só assistindo. Para o público, é só conseguir se entregar às maluquices.

4. Mudança de Hábito (Sister Act)

Poderia nem estar na lista. É possível que, para muitos, nem nas menções honrosas estivesse presente, mas, de um modo muito ingênuo, é das comédias mais divertidas e prazerosas que já pude assistir. Para além de contar a história de uma cantora mundana que se esconde da máfia em um convento, a direção de Emile Ardolino, que tinha no currículo o clássico Dirty Dancing: Ritmo Quente (1987), é tão precisa em suas escolhas de planos que torna tudo mais rico. Com o ritmo em total controle, não é difícil comprar a história absurda, as tiradas das freiras (especialmente as situações da Irmã Mary Patrick – a sempre carismática Kathy Najimy) e as atuações tão acertadas de Maggie Smith, Harvey Keitel e, claro, Whoopi Goldberg.

3. Monty Python Em Busca do Cálice Sagrado (Monty Python and the Holy Grail)

Seria praticamente um crime não colocar Monty Phyton aqui na lista. […] Em Busca do Cálice Sagrado é daqueles filmes que, se você está com disposição para se entregar e comprar a ideia dos Cavaleiros que dizem Ni, pescando as referências do humor cru e ao mesmo tempo refinado da trupe, é uma obra-prima incontestável.

2. O Cidadão Ilustre (El ciudadano ilustre)

O cinema argentino tem produzido filmes relevantes ano após ano (desde muito tempo). E, felizmente, não está restrito a Ricardo Darín. O ator, que encabeçou aquele que, para muitos (entre os quais me incluo), é o melhor filme do seu país em muitos anos (O Segredo dos Seus Olhos, de 2009) e é sinônimo de talento e, acima de tudo, competência, parece ter “somente” aberto alas em um novo período para nossos hermanos. Se, em 1986, A História Oficial (1985) já havia recebido um Oscar, foi com a mais fácil difusão das produções (especialmente com o advento da internet e, mais recentemente, dos streamings) que houve uma merecida repercussão e grande reconhecimento público.

O Cidadão Ilustre trata de inspiração e criação como poucos filmes conseguem. De uma sutileza sem tamanho ao tratar o comportamento de um escritor com muito humor, o filme ainda consegue revelar os abismos culturais que cercam nossas vidas… ainda mais em um mundo globalizado. No fim, a maneira como discorre sobre as diferenças entre realidade e ficção é das mais originais do cinema e, se fosse somente esse encerramento, ainda assim mereceria ser visto.

1. Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller’s Day Off)

Um dos maiores clássicos cults da comédia, Curtindo a Vida Adoidado fala de tantas dores adolescentes e de uma forma tão doce sobre a vida que, não por menos, é lembrado em praticamente qualquer lista, referenciado constantemente (até por Deadpool) e quebra a quarta parede como poucos. Eu, que já tentei fugir dele na lista de filmes cults disponíveis na Netflix, não consegui segurar aqui. É um filme que resiste e resistirá por gerações porque, acima de tudo, como disse Roger Ebert, tem o coração no lugar certo.

Menções honrosas:

As menções a seguir também são em tom de indicação. Elas poderiam estar na lista principal e vice-versa. E outros poderiam compor tudo aqui como dito. Enfim. Lá vão:

Minha Obra-Prima (Mi obra maestra): Arturo é um negociante de arte inescrupuloso e Renzo seu pintor socialmente desajeitado e amigo de longa data. Dispostos a arriscar tudo, desenvolvem um plano extremo e ridículo para se salvarem. A sinopse oficial já me conquista. E é do mesmo diretor (Gastón Duprat) de O Cidadão Ilustre, então…
Monty Python – O Sentido da Vida (The Meaning of Life): Por motivos de Monty Python.
Divertida Mente (Inside Out): Obra-prima? Para mim, sim. Para muita gente (público e crítica) também. É uma aula de linguagem e, ao mesmo tento, é dos trabalhos mais sensíveis da Disney/Pixar.
Os Irmãos Cara de Pau (The Blues Brothers): Porque é das comédias de aventura mais incríveis do cinema.
A Grande Aposta (The Big Short): Comédia ácida? Drama sobre corrupção? Ou ambos? A velocidade da linguagem do diretor Adam McKey fala alto aqui. E vale a pena.
Os Caça-Fantasmas (Ghostbusters): Porque a produção milionária não afundou a comédia ingênua e original. Já um clássico. “Ghostbusters!”
Um Príncipe em Nova York (Coming to America): Porque é da época que Eddie Murphy era uma grande estrela e seus filmes, como esse aqui, eram sempre divertidos.
O Máskara (The Mask): Porque “Isso é demais!”
A Nova Onda do Imperador (The Emperor’s New Groove): Porque é das animações mais divertidas da Disney e é pouquíssimo comentada. E porque a dublagem do Selton Mello é fantástica!
Abracadabra (Hocus Pocus): Bette Midler bruxa? Quero! Kathy Najimy novamente? Quero!
Johnny English: Por motivos de Rowan Atkinson fazendo Mr. Bean e Mr. Bean fazendo um agente secreto.
Toc Toc: Porque ver portadores do transtorno obsessivo-compulsivo sendo tratados com leveza e – por causa dessa leveza – com respeito rende as risadas mais empáticas da lista.
As Travessuras de uma Sereia (Mei ren yu): Porque é um dos filmes mais bizarros do catálogo da Netflix. E as bizarrices podem ser muito engraçadas. Ah! E tem mensagem bem bacana também. Mas as bizarrices vencem… e pode valer a pena.
Irmãos Gêmeos (Twins): Arnold Schwarzenegger e Danny DeVito como irmãos gêmeos. Ponto.
Disney/Pixar: Praticamente qualquer animação produzida pelas duas empresas em conjunto vale a pena. Talvez uma das exceções seja Carros 2, que nem está na Netflix.

Bônus Adam Sandler: Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe – The Meyerowitz Stories (New and Selected)

Repleto de diálogos realistas e, ao mesmo tempo, estranhos, Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe é de uma precisão cirúrgica na concepção da relação entre um pai e seus filhos. Muito bem alicerçado nas atuações de Dustin Hoffmann (Harold), Ben Stiller (Matthew) e Adam Sandler (Danny), o diretor e roteirista Noah Baumbach (indicado ao Oscar pelo roteiro de A Lula e a Baleia, em 2006) fundamenta um filme cheio de humanidade, capaz de causar confusão, felicidade, acessos de raiva… sempre de uma maneira muito genuína e por meio da criação de sintonia entre filme e espectador.

Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe é, também, uma prova dupla: para os fãs e para os não-adeptos da carreira de Adam Sandler. Aqui, eles podem encontrar o ator em uma das suas atuações mais relevantes (ao lado de Reine Sobre Mim e Embriagado de Amor), tanto que o ator, merecidamente, foi ovacionado no Festival de Cannes. Apesar do humor meio amargo do personagem coincidir com muito do que Sandler já fez, há detalhes que o levam muito além, são camadas e mais camadas de um homem que jamais desistiu de ser feliz, mas, mesmo assim, sente-se fracassado.

ps: É a terceira vez que esse mesmo filme se encaixa no bônus Adam Sandler. Deve comprovar a versatilidade do gênero…

Foi uma dor tirar filmes da lista – e até passei da minha meta de no máximo 10 menções –, mas tenho certeza que você vai conseguir complementar e enriquecer tudo o que está aí.

Bons (ou ruins?) filmes para nós!

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Fonte: Canaltech

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