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Sociedade x Ciência: homens se interessam mais por games e tech que as mulheres?




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Quanto mais os anos se passam, menos as diferenças de gostos entre homens e mulheres é distinta. Não há como negar que, desde que surgiu o mundo dos consoles e jogos de computador, por exemplo, vemos que quem se interessa mais por esse meio de entretenimento são os homens. Mas, calma! Essa não é a verdade absoluta, mas sim uma informação já condicionada em nosso cérebro, pois é o que mais vemos por aí (e que nem sempre condi com a realidade).

Pare e pense: se fizer uma breve retrospectiva mental, você vai perceber que a maioria dos atendentes de lojas de videogames eram homens. Os meninos, em grande parte das vezes, ganhavam consoles de Natal, enquanto meninas ganhavam bonecas e kits femininos. As lan houses ficavam lotadas de garotos jogando Counter Strike madrugada adentro, sem nenhuma menina. Todas essas realidades estão ficando antiquadas — e acredite, o mundo está mudando.

Mesmo com toda essa evolução acontecendo, se formos levar em questão como as coisas eram há 10 anos, por exemplo, fica a reflexão: será que realmente as mulheres não gostam tanto de videogame e tecnologia quanto os homens, ou só não presenciamos isso com tanta frequência? E por que as mulheres, antigamente, não costumavam demonstrar isso?


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Imagem: Reprodução

Diferença do cérebro masculino do feminino

A reportagem Girls vs. Boys: Brain Differences Might Explain Tech Behaviors (Meninos x Meninas: Diferenças no Cérebro Podem Explicar Comportamentos Tecnológicos), apresentada pelo The Wall Street Journal, revela uma pesquisa que analisa as reações cerebrais de homens e mulheres quando em contato com jogos de videogame para tentar explicar os comportamentos de cada um em relação à essa tecnologia.

A motivação do estudo, segundo a autora, é como os pais das crianças observam as distinções entre os gêneros. “Muitos pais de meninos e meninas têm presenciado grandes diferenças na forma em que seus filhos usam a tecnologia, com seus filhos geralmente preferindo videogames e filhas passando mais tempo nas redes sociais”, diz a reportagem.

Para Larry Cahill, professor de neurobiologia e comportamento, e que estuda há 20 anos as diferenças de gênero no cérebro, “é completamente plausível, de uma perspectiva neurológica, que exista um componente biológico subjacente para essa diferença que as pessoas estão vendo”.

Resultados dos estudos

O estudo aconteceu com pesquisadores de universidades da China, junto a Marc Potenza, professor de psiquiatria da Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Foi usada a tecnologia de ressonância magnética funcional, que faz a análise da atividade do cérebro detectando alterações no fluxo sanguíneo.

Os testes foram aplicados em mulheres e homens jovens, em partes do cérebro responsáveis pelo sentimento de recompensa e satisfação, fatores que podem acabar gerando o vício.

Os resultados revelaram que os homens demonstraram maiores níveis de ativação dessas partes do cérebro quando olharam para fotos de pessoas jogando videogames, enquanto as mulheres demonstraram reações mais amenas. Com isso, foi concluído também pelos pesquisadores que os homens estão mais propensos a desenvolver distúrbios.

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Foto: Reprodução/Jessica Lewis

Por outro lado, mulheres e garotas não estão livres de passar por algum distúrbio em relação à tecnologia, como explica o artigo, mostrando que redes sociais como Facebook e Instagram podem causar problemas de aceitação e inclusão na sociedade mais em garotas que garotos, além de ansiedade.

Na verdade, as coisas não são simplesmente desvendadas assim, pois essa pesquisa nos leva a outras questões: o cenário e vivência destes meninos e meninas são iguais? Será que eles foram criados com acesso às mesmas coisas, sem preconceito? O estudo fez a análise do cérebro de homens e mulheres, mas sem contar a construção social que fez com que os gostos fossem formados. Para ficar mais didático, vamos exemplificar. Se você analisar a reação do cérebro de uma garota que nunca teve contato (ou um contato por igual com irmãos e primos) com videogames, as chances de não haver estímulo são maiores.

Assim como existem garotos que também não se interessam por videogames ou nunca tiveram contato, se eles fossem submetidos a esse teste, também haveriam chances de não haver estímulo. Enquanto, generalizando, meninos são mais condicionados a gostarem de eletrônicos, as meninas são conquistadas mais com um entretenimento que leve à beleza e aceitação, por isso a constante necessidade de receber aprovação nas redes sociais e sentir sintomas de ansiedade por isso. Essas diferenças, portanto, são reflexos da sociedade.

Existem diferenças neurológicas entre homens e mulheres na questão de gostos ou é uma construção social?

Para entender melhor a diferença entre esses comportamentos diferenciados na tecnologia, em relação ao gênero feminino e masculino, conversamos com Evelise Galvão de Carvalho, graduada em psicologia, mestre em psicologia forense e palestrante em tecnologia e violência de gênero na internet. Perguntamos à profissional se, de fato, existem diferenças neurológicas que definem os nossos gostos e comportamentos, independente da vivência. A especialista respondeu que um ser humano é um ser biológico, psicológico e também social.

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Imagem: Reprodução/Science News Journal

“É muito simplista você condicionar a existência e principalmente os gostos dos indivíduos levando em consideração somente um desses fatores. Podemos dizer que homens têm mais capacidade espacial, mas isso não impede que tenhamos mulheres piloto.s que competem de igual a igual”, explica.

A profissional também fala sobre um conceito chamado plasticidade cerebral, que diz que o cérebro humano está em constante mudança durante a vida, de acordo com o quanto ele é estimulado.

“Então, mesmo que alguém nasça com mais propensões biológicas para algo, se não houver estimulação, [a habilidade] não se desenvolverá. O mesmo serve para questões que não temos muita habilidade. Nós não somos definidos no nosso nascimento, nascemos como um livro em branco no qual as experiências que seguirão irão moldar minha personalidade, gostos, habilidades e isso tudo pode mudar a qualquer momento da nossa vida”, completa.

Evelise, então, fala sobre as diferenças nas quais meninos e meninas são criados, relacionando com os fatos que presenciamos na sociedade há bastante tempo. A psicóloga explica que muitas garotas que gostam de tecnologia e videogames acabam evitando o tema, pois há o receio de receber críticas pois, de fato, é algo que acontece bastante.

“Uma mulher que gosta de tecnologia vai jogar e sofrer vários tipos de agressão verbal pelo simples fato de ser mulher, isso já vai minando aos poucos a vontade de jogar, não pela falta de interesse, mas sim pelo preconceito que sofre”, conta a psicóloga. Então, por serem desde sempre condicionadas a terem outros interesses, quando é mostrado o que elas realmente querem, vem a crítica, a falta de pertencimento e a desaprovação.

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Imagem: Reprodução/John Sting

Evelise exemplifica um pouco dessa construção social com algo que as crianças têm contato desde que nascem. “Normalmente, vemos brinquedos para meninas que estimulam o lado cuidadora, prendada, enquanto para meninos vemos brinquedos que estimulam a imaginação, os limites, competição e etc”. A psicóloga diz que o desenvolvimento familiar dentro de casa contribui muito para o tema, falando sobre as diferenças na punição. “Uma menina que fica na frente do videogame competindo e tem comportamentos agressivos tem mais chances de ser punida por esse comportamento que se fosse um menino nesse mesmo contexto”, conta.

A profissional também aproveita para explicar motivos que, muitas vezes, fazem garotas de diferentes idades se sentirem reprimidas em aceitar ou compartilhar que gostam de algo que, de acordo com a sociedade, não foi imposto a elas.

“Quando comecei a jogar online (15 anos atrás) essa parte da minha vida era algo que eu não compartilhava com os outros, porque todas as vezes vinham comentários desagradáveis e pejorativos. Por sorte, sempre tive uma família que me apoiou nos meus gostos, fez com que eu não desistisse. Nós mulheres escutamos muito ‘isso não é para você’ e acho que estamos vivendo um momento que sim, tudo pode ser para nós. Com certeza, se inserir em alguns contextos vão demandar mais esforços, sacrifícios. Romper com qualquer preconceito e barreira leva algum tempo”, exemplifica.

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Evelise dá palestras sobre violência de gênero na inter (Imagem: Acervo pessoal)

Por fim, Evelise afirma que já é possível observar um avanço na ocupação de espaço. “As mulheres, segundo os dados da PGB 2019, somam 53% dos gamers, ultrapassando os homens. Em fenômeno que já estava sendo observado nos últimos anos”, diz. No entanto, ser a maioria, para a psicóloga, não significa a conquista da valorização. “Vemos no âmbito profissional que ainda não há representatividade feminina, inclusive existem campeonatos de e-Sports que não permitem times mistos, algo que ao meu ver não faz sentido”, completa.

Quando há espaço, a situação é diferente

Em outras perspectivas, o resultado destes testes seriam diferentes. Para entender melhor o motivo disso, conversamos com três garotas que tiveram um cenário diferente dentro de casa, sem restrições para o que elas devem gostar ou não, algumas com bastante estímulo, inclusive.

Letícia Duarte, funcionária pública e estudante de psicologia, por exemplo, sempre foi ligada à tecnologia, mas só teve a oportunidade de poder jogar com frequência quando se casou. Hoje, ela se sente confortável em jogar ao lado do marido, mas confessa que no começo se sentia estranha, com a impressão de estar fazendo tudo errado. Isso mesmo com o rapaz afirmando que ela joga melhor que ele.

A entrevistada sempre teve o interesse no assunto, mas por morar no interior não teve o mesmo acesso a isso em comparação com crianças que cresceram na cidade grande. Quando ela teve contato com um videogame pela primeira vez, Letícia já tinha 10 anos e lembra de não mexer no console por ser do seu primo e por ter enraizado o pensamento “é coisa de menino e você nunca vai se interessar”.

Felizmente, nunca foi algo proibido para a funcionária e também não houve a falta de incentivo por ser imposto como algo do outro gênero de modo geral. As diferenças entre meninos e meninas apresentadas na sociedade não foram algo que afetou sua família.

Letícia concorda que, até hoje, há uma repressão em cima das mulheres por elas falarem que gostam de jogar, principalmente em jogos multiplayer, mas que, no fim, está tudo bem gostar de videogame ou não. “Se joga, você pode descobrir que não gosta e tudo bem, mas pode descobrir que gosta e ter um hobby novo. E quem não está precisando de um hobby para mergulhar e deixar a realidade um pouco de lado, não é mesmo?”, completa.

Deixar que as meninas tenham contato com o mundo da tecnologia e videogames também pode ser essencial para ajudar na futura carreira, visto que é uma área em crescente evolução. Thais e Monique, por exemplo, nunca foram reprimidas e viram nisso uma paixão, que consequentemente virou um sustento.

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Thais Matsufugi tem 30 anos, é formada em design de games e produz conteúdo para a internet sobre o assunto no GameplayRJ, apresentando o quadro RESET, além de contar com um canal no YouTube sobre jogos, ao lado de Mariana Ayres, chamado Mari e Tha. Ao contrário de muitas meninas, Thais não teve um irmão mais velho que a apresentou aos jogos por ser filha única. Mas isso não impediu que sua família não a introduzisse esse mundo.

“Ganhei meus primeiros videogames com apenas 3 anos de idade. Meus pais se separaram quando eu tinha 5 anos e, com isso, eu acabava ficando mais presa em casa do que com a garotada na rua. Acredito que a minha mãe viu nos videogames uma maneira de eu me divertir mesmo sozinha e por isso sempre incentivava minhas jogatinas me dando jogos novos e consoles que eu não tinha”, diz.

A apresentadora também teve a sorte de nunca ser recriminada na família, inclusive sendo essa paixão a sua marca registrada. Em relação ao “irmão mais velho que empresta os jogos para a irmã mais nova”, na vida de Thais foi ela quem teve esse papel.

“Hoje em dia sou eu quem presenteia meus irmãos com videogames e meus pais adoram porque eles também acabam jogando. Até mesmo primos mais velhos vêm me procurar pra saber de novidades ou indicações de jogos. Tenho até um primo de 10 anos de idade que já quer trabalhar na área por minha causa e a mãe dele incentiva e ainda me usa de exemplo. É gratificante ver o apoio que a minha família me dá e sempre deu”, comemora.

A infância de Thais também fugiu à regra de estereótipos, que diz que “meninos brincam de videogame e carrinhos, e meninas de boneca”. Ela tinha as duas coisas. Na sua vida e família, brinquedo era brinquedo e ponto final, sem restrições de gênero. Nem mesmo em sala de aula Thais sentiu recriminação, muito pelo contrário. Ela conta que gostar do que gosta também fez com que a sua personalidade fosse criada dentro da escola.

“Certo dia, a Anhembi Morumbi foi palestrar sobre seus cursos aos alunos e quando o representante do curso de Design de Games subiu ao palco, todos da minha sala já começaram a apontar e dizer: ‘Tha! Olha aí o teu curso!'”, relata Thais.

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Ela reconhece todos os privilégios que teve e acredita que, infelizmente, é exceção, assim como a sua família. “Eu acabei sendo criada como criança e não como simplesmente uma menina. A minha mãe se virou sozinha desde sempre, então eu cresci vendo e acreditando que as mulheres podem fazer qualquer coisa. Eu fui ensinada a cozinhar e lavar a louça, mas não como uma obrigação e sim como algo que eventualmente eu teria que saber fazer pra me virar sozinha como ela”, comenta.

Mas a proteção dentro de casa e na escola não foi a mesma na vida adulta. Thais conta que já trabalhou em uma loja de videogames e, mesmo comprovando a sua experiência no assunto para um cliente, ele levantou a voz e quis mostrar superioridade.

“Uma certa vez, dois rapazes pararam no balcão e um deles veio me perguntar que console ele comprava, porque estava em dúvida entre Xbox e PlayStation. Com base no que ele me falou, eu dei a minha opinião. O amigo imediatamente começou a me atacar dizendo que se pegasse qualquer pessoa que estuda na área eu veria que eu estava errada e o que o outro console é que era o bom. Eu, então, falei que estudava design de games há 2 anos e que sabia do que estava falando. Na mesma hora. ele levantou a voz para mim e disse: “Então você está na área errada! A sua área é aquela que tem máquina de lavar. Volta a lavar louça!”, conta Thais, dizendo que esse foi o episódio mais grave de preconceito já enfrentado por ela.

Hoje, a apresentadora diz que as pessoas estão ficando a cada dia mais com a cabeça aberta, e que há inúmeras garotas interessadas em videogame por aí, o que suaviza o medo de não se sentir aceita. “Se você gosta de videogame, vai fundo! Você não deve nada a ninguém! Tem muitas garotas incríveis por aí que jogam publicamente na internet com outras garotas”, aconselha.

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Moni, de 34 anos, já estudou Letras e hoje trabalha com um canal de conteúdo exclusivo sobre Resident Evil na internet. Ela foi apresentada ao mundo dos videogames graças a seu irmão mais velho, que sempre gostou muito de tecnologia. Eles sempre se apoiaram muito e, ironicamente, hoje, ela é quem mais acaba influenciando o irmão, principalmente por estar sempre atenta ao que vem acontecendo.

Dentro de casa, Moni também teve a sorte de contar com irmão e pai que gostam de videogame, com exceção de sua mãe, que não é muito ligada em tecnologia, mas que mesmo assim foi a pessoa que a ensinava a jogar. A divisão entre ela e seu irmão se tornou por igual com o passar do tempo, deixando de ser só ele quem ganhava os consoles e jogos para se tornar um presente aos dois.

Na escola, a situação foi diferente: o preconceito sofrido viam das próprias meninas, enquanto os meninos eram as pessoas com quem ela conversava sobre o assunto, por acharem que era algo “de menino”. Essa falta do apoio feminino fez com que debater temas sobre games e tecnologia não acontecesse muito fora de casa, visto que essas garotas foram condicionadas a gostar do que foi imposto ao seu gênero.

Em relação às diferenças neurológicas entre os sexos, Moni acredita que elas podem existir, assim como é mencionado no estudo, e que mulheres costumam ser mais multitarefas que os homens, sendo então uma vantagem. Ela diz ainda que essas diferenças não parecem fazer tanto sentido na questão de gostos, mas sim em características como foco, por exemplo.

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Inclusive, Moni diz ter conhecidos vários garotos que não gostavam de videogame e que até mesmo achavam estranho que os outros gostassem tanto disso. “Se a diferença de gostos existisse, todos os meninos iriam gostar de videogames, o que não é a realidade”, diz.

Em relação ao preconceito enfrentado até hoje pelas meninas, Moni aconselha dizendo que “se for preciso se provar dez vezes mais, se prove dez vezes mais”. “É o que eu sempre digo para as meninas: se um cara perguntar para você quais são os personagens de Resident Evil, já que você gosta, diga os personagens mais obscuros ainda, para deixar ele mais sem graça”, brinca.

O que tudo isso significa?

Com base nas questões de construção social citadas pela psicóloga, seria mais correto fazer esta pesquisa com um garoto e uma garota que tiveram acesso às mesmas coisas desde sempre, sem nenhuma restrição devido ao seu gênero, sem nenhuma forma de desigualdade. De que adianta estudar dois gêneros diferentes sobre um mesmo assunto, se não houve a igualdade de cenários e oportunidades iguais, certo?

“Os cientistas só estão avaliando por um viés biológico, sendo que o ser humano é biológico, social e cultural. E quando falamos de construção de gostos e personalidade, se focarmos em um só desses aspectos não estaremos vendo o todo. Acaba por ser uma análise incompleta”, comenta Evelise.

As entrevistadas mostram que, sim, mulheres podem gostar — e gostam! — de games e tecnologia tanto quanto os homens. Felizmente, esse cenário está mudando e a cada vez mais vemos garotas trabalhando na área e completamente imersas nesse grande e fantástico universo.

Com informações de New York Times.

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Fonte: Canaltech

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