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YouTube é denunciado por veicular vídeos de jornalista morta ao vivo




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O YouTube foi denunciado pela Federal Trade Comission (FTC), agência independente que regula o mercado estadunidense, por manter ativos vídeos que mostram a morte explícita de uma jovem jornalista e um cinegrafista. O pai de Alison Parker, Andy Parker, e a Clínica de Direitos Civis de Georgetown Law entraram com uma queixa junto à FTC nesta quinta-feira (20).

Alison Parker trabalhava como repórter do canal WDBJ, em Roanoke, Virgínia, quando foi morta ao vivo, enquanto Adam Ward gravava a entrevista. O atirador também registrou sua própria ação na câmera do smartphone e aparece até mirando em direção da vítima momentos antes de descarregar um revólver automático nela e em seu colega de profissão. Isso aconteceu em 2015 e vários trechos continuam circulando na plataforma de vídeo do Google.

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Imagem: Reprodução/Mashable

De acordo com Andy Parker, foram feitos repetidos pedidos para a remoção do material, mas não houve resposta até hoje. “Depois de anos pedindo para o YouTube remover os vídeos do assassinato de minha filha, de acordo com suas próprias regras, as únicas respostas que recebi são promessas vazias e mentiras. Se o YouTube não levar esse assunto a sério, a FTC deve agir para conter seu comportamento ultrajante e responsabilizar a empresa legalmente”, disse o pai da vítima em comunicado.


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O processo alega que a plataforma de vídeo e sua empresa controladora, o Google, violam seus próprios termos de serviço ao “hospedar vídeos que retratam graficamente pessoas sendo assassinadas, aproveitando seus momentos finais para puro choque e entretenimento”. Parker acusa o YouTube de se beneficiar financeiramente dos anúncios exibidos nesse conteúdo.

YouTube diz que proíbe conteúdo violento

Embora muita gente discorde, o YouTube ressalta que possui uma política oficial que proíbe anúncios em conteúdos desse tipo. “Nossas diretrizes da comunidade foram projetadas para proteger a comunidade do YouTube, incluindo as afetadas por tragédias”, disse um porta-voz da empresa em comunicado à Mashable.

“Proibimos especificamente vídeos que visam chocar com a violência ou acusar as vítimas de eventos violentos públicos de fazer parte de uma farsa. Aplicamos rigorosamente essas políticas usando uma combinação de tecnologia de aprendizado de máquina e revisão humana e, nos últimos anos, removemos milhares de cópias deste vídeo por violar nossas políticas. Vamos continuar vigilantes e melhorar nossa aplicação de políticas”, complementou.

Vídeos continuam no YouTube

Não é preciso muito esforço para encontrar a cobertura de notícias e comentários sobre o episódio no YouTube e basta um pouquinho mais de busca avançada para encontrar até mesmo os vídeos brutos das filmagens do episódio. Embora muitos tenham sido removidos, alguns ainda datam de 2015 e continuam ativos.

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Imagem: Reprodução/YouTube

Em um comunicado, Georgetown Law destaca como a denúncia é a “primeira de seu tipo a desafiar a ampla circulação no YouTube de vídeos de assassinatos e teorias da conspiração que visam assediar os afetados por atos de violência”. O documento também detalha como os registros violentos alimentaram algumas das teorias de conspiração mais tóxicas online.

O assédio às famílias das crianças assassinadas no tiroteio na escola Sandy Hook é o exemplo mais conhecido. Os pais foram assediados por teóricos da conspiração na Internet, não apenas online, mas também na vida real, que reúnem conteúdo em um esforço para provar falsamente que isso não aconteceu. Desde então, o YouTube desenvolveu políticas que lidam com assédio e material conspiratório em eventos semelhantes a esse.

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Fonte: Canaltech

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