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Nintendo: “Mudança de foco nos negócios futuros pode nos afastar dos consoles”




O novo presidente global da Nintendo, Shuntaro Furukawa, assumiu o cargo em junho de 2018, mas efetivou-se agora, na virada do ano, em substituição a Tatsumi Kimishima. E em uma de suas primeiras entrevistas, já está dando declarações potencialmente grandes: falando à Nikkei, o executivo admitiu a possibilidade de que a Nintendo, no futuro, se afaste da produção de consoles de mesa e abrace outras plataformas.

Antes que o leitor arregale demais os olhos, cabe o esclarecimento: Furukawa é bastante tradicionalista e prefere manter-se atuante no histórico da empresa, mas ele não quer esquecer que a tecnologia muda e, com isso, novas possibilidades de negócio emergem. Assim sendo, as declarações dele devem ser entendidas como um “talvez, em um futuro distante…”, até porque o próprio presidente admite ter “crescido” com os jogos da Nintendo, o que contribuiu para o seu perfil mais conservador.

Shuntaro Furukawa, presidente global da Nintendo, admite que a empresa pode vir a desenvolver para outras plataformas com maior frequência no futuro (Imagem: Divulgação/Nintendo)

Questionado sobre os riscos de mercado associados ao desenvolvimento de peças de hardware e novos consoles, Furukawa disse: “Nós somos parte da indústria do entretenimento; não há muito o que fazer quanto a esse risco. Para nós, a principal diretriz pela qual operamos é a de oferecer aos nossos consumidores, no mundo todo, formas únicas e inovadoras de jogarem seus jogos. Não estamos necessariamente ‘fixados’ em consoles. No momento, oferecemos o Nintendo Switch e seu software exclusivo – e é nisso que estamos nos baseando para entregar a ‘Experiência Nintendo’, por assim dizer. Vamos continuar com um pensamento flexível, no que tange a como entregar essa experiência conforme o tempo passa. A longo prazo, talvez, o foco de nosso negócio pode mudar para longe dos consoles de mesa – ‘flexibilidade’ é tão importante quanto ‘ingenuidade’.

Pressionado para informar quais outras plataformas a Nintendo considera viáveis para desenvolvimento e emprego dessa “inovação”, Furukawa foi sucinto e objetivo: “Eu gostaria muito de aumentar [a quantidade de] jogos para smartphone, que tenham um fluxo contínuo de receita”.

Não é estranho ver a Nintendo levar suas propriedades para outras searas: em março de 2017, a empresa lançou Super Mario Run para dispositivos Android e iOS. O jogo figura entre os quinze mais baixados da AppStore para iPhones e tem quase 2 milhões de downloads na Play Store. Mais além, o mega sucesso Pokémon GO, desenvolvido pela Niantic Labs, é um licenciamento cedido à empresa pela Pokémon Company, uma subsidiária da Nintendo responsável por licenciamentos e supervisão da marca dos monstrinhos de bolso.

Fonte: Canaltech

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