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SAP além do ERP: projetos sociais, diversidade e sustentabilidade




SAP além do ERP: projetos sociais, diversidade e sustentabilidade - 1

A SAP é há alguns anos reconhecida para além de seus ERPs e soluções de governança. Há cerca de sete anos, sob a liderança de Cristina Palmaka, hoje CEO da SAP para América Latina, a empresa destaca-se em vários rankings que cobrem temas de diversidade, e inclusive conquistou uma certificação EDGE para Igualdade de Gênero.

No guia EXAME de Diversidade, por exemplo, por dois anos consecutivos, 2019 e 2020, a SAP chamou atenção pelos números demulheres, negros, deficientes e pessoas da comunidade LGBTIQA+ contratados. Por lá, a área de diversidade e inclusão tem atuação global e existe formalmente há mais de dez anos.

“A diversidade é um tema muito forte dentro da companhia. Temos a responsabilidade de não perpetuar preconceitos e lutar contra eles na sociedade”, comentou Luciana Coen, diretora de comunicação e CSR da SAP Brasil, em entrevista ao Canaltech.


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Luciana Coen, diretora de comunicação e CSR da SAP Brasil. Foto: Aberje
Luciana Coen, diretora de comunicação e CSR da SAP Brasil. Foto: Aberje

A corporação possui redes para todos os públicos. A PRIDE trata de assuntos ligados a comunidade LGBTQA+, a BEN (Black Employee Network) fala sobre inclusão de negros na empresa e a BWN (Business Woman Network) aborda a questão feminista – este considerado o tema mais forte dentro da companhia.

Em março deste ano, em um evento da Rede Brasil do Pacto Global das Nações Unidas, que apresentava as diretrizes para que o setor empresarial consiga cumprir os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a SAP Brasil assinou o compromisso de ter, ao menos, 30% de mulheres em cargos de alta liderança até 2025. Sendo que, globalmente, a empresa assumiu o compromisso até 2023.

A empresa ainda se aproxima de públicos ainda menos incluídos, como os autistas, que ganharam espaços importantes dentro da organização. “Temos cerca de 17 pessoas com espectro autista contratadas nos escritórios de São Paulo e Rio de Janeiro. Entendemos eles têm habilidades importantes para o nosso negócio. Contratamos para desenvolvimento de software, revisão de contratos e propostas, e outros cargos relevantes”, explicou.

Ainda no quesito diversidade, a SAP também possui um grupo que aborda o tema geracional – seja preconceito contra jovens ou velhos.

Sustentabilidade

A empresa alemã, contudo, não se restringiu a apenas um único tópico e vem tomando a dianteira também quando o assunto é sustentabilidade e projetos sociais, se mostrando atenta aos conceitos de ESG (Environment, Social and Governance) – hoje tão exigidos pelo mercado. (saiba mais aqui)

“A SAP de fato acredita que a sustentabilidade está nos negócios, por isso que reportamos nossas melhorias em todos nossos resultados financeiros”, diz Luciana.

Além de compromissos firmados, como reduzir efeitos dos gases estufa até 2023 e ser neutra em carbono até 2025, a SAP também possui iniciativas em duas áreas: Economia Circular e Plastic Free Ocean.

“9% da economia é circular no mundo. Ou seja, os outros 91% de coisas estão sendo usadas uma vez e jogadas fora. Só que não existe ‘fora’. Estamos jogando em nosso planeta. Com base nesses números, entendemos que devemos tomar algumas atitudes”, ressalta a executiva da empresa considerada líder nos índices de sustentabilidade do Dow Jones e CDP Worldwide

Eles fazem parte da rede CE100Network, criada pela fundação Ellen Macarthur, principal ONG de economia circular, que investe em projetos que evitam desperdícios e que mantém produtos em uso ou regeneram capital natural. E também firmaram uma parceria com o Google para fomentar iniciativas de startups que beneficiem o conceito de economia circular.

A SAP também participa de organizações que visam diminuir a quantidade de plástico jogados no mar – alguns deles por meio da própria economia circular, ou seja, reutilizando o que já foi produzido. Segundo estudo realizado com a fundação Ellen MacArthur e a consultoria McKinsey, o plástico representará 20% da produção petroleira até 2050 e hoje somente 5% de todo o plástico do mundo é reciclado.

“Por meio da Ariba [software de cadeia de suprimentos comprada pela SAP em 2012] usamos a Ariba Network para destacar os fornecedores que possuam melhores programas contra desperdício e descarte de plásticos”, comenta Luciana. “E com o projeto Plastics Cloud usamos a coleta de dados na cadeia de suprimentos por meio da análise de dados para saber onde está o plástico já produzido”, explica.

A evolução deste projeto, segundo a executiva, é criar um marketplace que incentive as empresas a comprarem mais plástico reciclável do que novo. “Que tal dar prioridade para quem está oferecendo reciclável? A Coca-Cola e a Nestlé são alguns exemplos de empresas que reutilizam”, comenta.

Há ainda projetos pontuais que a SAP investe, como o Plastic Challenge, um brainstorm feito na Inglaterra com vários usuários finais que ajudam empresas a chegarem a novas ideias de como reutilizar o material. Um dos projetos piloto que saiu de lá foi um aplicativo que orienta o consumidor nas compras de supermercado. Ao passar o smartphone pelo carrinho, o app identifica quais itens de plásticos podem ser substituídos por similares que não utilizem o material.

Já na área social, a companhia colabora com dez projetos e todos precisam da participação dos funcionários. “Temos meta global de engajamento. 95% dos funcionários precisam ter tido contato com algund dos projetos sociais. No Brasil, nossa meta é de 100%. Tudo é de forma voluntária por isso não obrigamos ninguém, mas incentivamos muito internamente”, conta Luciana.

A SAP apoia os projetos de três maneiras, doando tempo dos profissionais da empresa, softwares, se for o caso, e investindo dinheiro. Eles também se focam em dois pilares: melhoria da gestão das ONGs e projetos educacionais. Dentre eles estão o Junior Achievement, um programa de ensino de codificação para adolescentes em escolas de todo o Brasil, e o Crescer Sempre, focado no desenvolvimento e reforço escolar de ciências exatas para alunos do ensino médio, em parceria com o Instituto Fiap. As aulas incluem programação e workshops de robótica, drones e codificação. Veja abaixo as demais propostas:

Algoritmo da Vida: ferramenta criada pela agência África, em parceria com a SAP, para prevenir suicídio por meio de análises de postagens públicas no Twitter;

Projeto Brumadinho: projeto com foco na reconstrução da região. A SAP apoia com a doação de soluções para o desenvolvimento de ONG Brigada Carcará, que cuida do meio ambiente local. O aplicativo é para acompanhamento e prevenção de incidentes utilizando geolocalização, incluindo alertas de fluxo de execução. Em Brumadinho, a SAP também apoia a Comfio, que busca alternativas de geração de renda para mulheres atingidas diretamente pelo rompimento da barragem;

Fundação Amazonas Sustentável (FAS): a empresa é parceira de incentivo ao empreendedorismo ribeirinho em comunidades da Bacia Amazônica. O projeto iniciado em 2017 incluiu capacitação profissional em empreendedorismo, incentivo na formação de uma incubadora de negócios sustentáveis, e doação do software de gestão SAP BusinessOne para empreendimentos de base comunitária. Assista ao vídeo;

Operação Sorriso: a ONG recupera emocionalmente e fisicamente pessoas de baixa renda que nasceram com fenda labiopalatina. A SAP apoia a gestão com infraestrutura de TI para a área de saúde, voluntariado técnico para implementação de SAP BusinessOne e análise de gestão de projetos e processos;

Instituto Ayrton Senna: a SAP apoia o programa de letramento digital para jovens e crianças, e incentiva a participação de parceiros no McDia Feliz para apoio à educação básica;

Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação – IPTI: a empresa é parceira em projetos voltados ao ensino de lógica e matemática para ensino fundamental em Sergipe;

Latin Code Week: parceria em iniciativas voltadas ao treino de jovens para Design Thinking, Gestão de Projetos e Programação, com a realização de hackatons em São Paulo e São Leopoldo (RS);

Ação Social para Igualdade das Diferenças (ASID): a empresa apoia na gestão e no desenvolvimento de profissionais para dar oportunidades às pessoas com deficiência, sendo parceira da APAE no Rio de Janeiro.

Cultura ESG

Segundo Luciana, a companhia faz durante todo o ano campanhas relacionadas ao ESG. “Temos uma urgência no mundo. Desde janeiro deste ano estamos falando mais sobre sustentabilidade ligada aos negócios porque a Alemanha tem puxado isso, mas temos muitas iniciativas locais também”, diz. “Entendemos que como empresa influenciamos as pessoas que trabalham aqui e, por isso, fazemos muitas comunicações internas de conscientização, newsetter, vídeos, desafios internos, brincadeiras, trazemos pessoas de fora para falar em eventos…”, lembra.

No onboarding, uma espécia de socialização organizacional, os novos colaboradores são informados sobre o projeto global de sustentabilidade da SAP, sobre a política local, certificações e ações práticas do dia a dia. Eles também recebem um kit eco com copo e caneca, pois no escritório os descartáveis já foram eliminados.

“A subsidiaria brasileira tem particularidades por se tratar de um país grande, por isso temos um desenvolvimenro forte em projetos sociais também. Eu diria que, em alguns temas, estamos à frente do resto do mundo”, finaliza.

Para explorar mais a tendência ESG, o Canaltech falou com outras grandes empresas do setor e vai apresentar, em uma série inédita, os projetos de cada uma delas nos segmentos mencionados (Meio Ambiente, Social e Governança). Não deixe de nos acompanhar para conhecer mais profundamente as estratégias das companhias que fazem parte do nosso dia a dia. Na próxima matéria, apresentaremos as iniciativas da Microsoft. Até lá!

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Fonte: Canaltech

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