Ciência & Tecnologia

Segurança dos dados do Rio 2016 vai estar na nuvem




A segurança cibernética é um dos fatores de maior preocupação da organização dos Jogos Olímpicos Rio 2016 . E com objetivo de proteger os dados, a organização vai gerenciar grande parte dos dados dos jogos na nuvem.

“No Rio estamos fazendo a transição de um mundo antigo para um mundo novo. O Rio é um primeiro teste para que a partir de 2020 tudo já seja feito totalmente através da nuvem”, afirmou Patrick Adibe, vice-presidente da Atos, empresa responsável pele tecnologia da informação (TI) dos Jogos Olímpicos desde 92 em Barcelona.

Só para se ter uma ideia da rápida evolução da tecnologia, Adibe lembrou que em 92 pela primeira o PC foi usado em Jogos Olímpicos de forma massiva. E que em 2007, um ano antes de Pequim, surgiram os primeiros smartphones. Já em Londres, em 2012, mais de 7 bilhões de aparelhos se conectaram de alguma forma aos Jogos Olímpicos. No Rio, esse número deve dobrar.

Desde o ano passado já há um grupo de especialistas trabalhando em todos os sistemas de informática dos Jogos para tentar impedir qualquer tipo de ataque cibernético que possa afetar qualquer detalhe dos jogos. “Nossa equipe está trabalhando, analisando riscos e usando as ferramentas disponíveis para evitar invasões”, disse Michele Hyron, diretora da Atos para a Rio 2016.

E a nuvem pode ser o grande passo para que a segurança seja maior. Se em Londres foram usados 700 servidores físicos, no Rio esse número cai para 250. “Em Tóquio, dentro de quatro anos, tudo deverá ser gerenciado desde a nossa sede, em Barcelona, na Espanha”, afirmou Adibe.

Laboratório

A novidade foi apresentada na sede do Comitê Organizador Rio 2016 onde foi apresentado outra novidade: o Laboratório de Testes de Integração dos Jogos. Esse laboratório já começou a simular resultados de provas de todas as modalidades para que nada dê errado durante as competições. “Estamos o tempo todo pensando no que pode dar errado. Em alguns casos são necessários quatro níveis de redundância para que tudo dê certo”, afirmou o executivo.

No total vão ser feitos 200 mil horas de testes para que placares eletrônicos, atletas, imprensa, público possam ter os resultados das provas o mais rápido possível e sem erros e falhas. São 170 pessoas que vão trabalhar em mais de 1200 máquinas divididas em 54 células, sendo que 42 dedicadas aos esportes olímpicos e paraolímpicos. O sistema da Atos é integrado com outros provedores de serviços dos Jogos, como cronometria, equipamentos audiovisuais, comunicações sem fio e telecomunicações.

Facilidades para o espectador

O Diretor de Tecnologia dos Jogos, Elly Resende, afirmou que há um trabalho feito junto às operadores de telefonia (um delas, a Claro, patrocinadora dos Jogos), para dotar os locais de competição da melhor estrutura possível, para evitar que as pessoas não consigam usar seus smartphones para acessar resultados ou compartilhar fotos e vídeos. “Foi feito um esforço por parte de todos durante a Copa para que tudo funcionasse. Esse esforço precisa continuar, mas temos o apoio de todas as operadoras para que tudo funcione bem”, disse.

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