Através de uma nova tecnologia chamada LightSound, agora deficientes visuais conseguem ouvir eclipses — a criação, fruto do Laboratório de Astronomia da Universidade de Harvard, se baseia na “tradução” da iluminação do ambiente em áudio. Isso é feito por um aparelho do tamanho aproximado de um celular.
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Quando a luz é totalmente presente no ambiente, como no sol de um dia comum, é reproduzido um som de flauta. À medida que o sol vai sendo coberto durante o eclipse, um clarinete dita o tom do escurecimento gradual, e, quando a cobertura é total, estalidos marcam a noite artificial. Nesse momento, só há a corona, nome dado à atmosfera incandescente do exterior solar.
Earlier this week, the LightSound Project and@UTAustin hosted two building workshops, where participants built 140 LightSounds!
The devices are helping make eclipses more accessible to visually impaired communities in the path of totality
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Os sons baixos da escuridão são feitos para que se possa experienciar a curiosa noite súbita, não retirando a grandeza do momento, mas adicionando um aspecto sensorial extra. Quem observa um eclipse solar sente a temperatura baixar e pode ouvir animais como grilos, corujas e galos ficando ativos pela confusão do escuro, além de ouvir a emoção de outros observadores.
Sonificação e a astronomia
O desenvolvimento da tecnologia começou antes do eclipse solar total de 2017, quando os pesquisadores da LightSound se juntaram a Wanda Diaz Merced, astrônoma cega que foi pioneira na sonificação, ou seja, transformação de dados em sons. Ela fez isso para analisar dados como emissões de raios gama, por exemplo, mais facilmente.
Como é uma ferramenta de acessibilidade, o Laboratório de Harvard planeja distribuir gratuitamente o dispositivo para instituições que abrigam eventos de eclipse, bem como qualquer um que tenha planos em relação ao fenômeno. O LightSound é de código aberto, então qualquer um poderá construir o seu próprio, caso tenha os materiais, e compor sua própria música para acompanhar eventos astronômicos.
Além disso, nota-se que o objetivo não é apenas incluir deficientes visuais, mas também oferecer a astronomia a qualquer pessoa de uma maneira diferente e atrativa. Neurodivergentes, como pessoas com dislexia e autismo, podem aprender de maneira mais eficiente a partir disso, e mesmo neurotípicos poderão experienciar nebulosas de maneira muito mais engajante e tocante. É só questão de tempo e recursos para que a sonificação chegue para todos.
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Fonte: Canaltech