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Telas de dispositivos estão associadas a desenvolvimento mais lento em crianças




Quanto mais tempo crianças pequenas passarem em frente às telas de dispositivos (como smartphones e tablets), pior será seu desenvolvimento durante a infância anos depois. É o que conclui um estudo publicado recentemente no períodico JAMA Pediatrics, associando diretamente o tempo de tela de crianças entre 2 e 3 anos ao seu desenvolvimento na faixa dos 3 a 5 anos.

Quando se fala em “desenvolvimento”, neste caso, se fala de coisas como habilidade de comunicação, habilidades motoras, capacidade de resolução de problemas e habilidades sociais. E sinais de que tal desenvolvimento está mais lento do que o normal podem ser identificados em atividades como, por exemplo, empilhar um brinquedo em cima do outro.

Para crianças de 2 a 5 anos de idade, a Academia Americana de Pediatria recomenda limites no uso de dispositivos com telas, com o indicado sendo apenas uma hora por dia. No estudo, as crianças estavam tendo um tempo de tela de duas a três horas por dia e, de acordo com Sheri Madigan, professora assistente e presidente de pesquisa de desenvolvimento infantil na Universidade de Calgary, “uma maior visualização de tela aos 2 e 3 anos de idade está associada ao atraso de as crianças atingirem as metas de desenvolvimento aos 3 e 5 anos”. Para Madigan, “este estudo mostra que, quando usado em excesso, o tempo de tela pode ter consequências para o desenvolvimento das crianças”.

Já ao considerar crianças mais velhas, a Academia Americana de Pediatria observa que tanto crianças quanto adolescentes precisam de pelo menos oito horas de sono por dia, além de uma hora de atividade física diariamente. Contudo, um estudo feito em 2017 pela ONG Common Sense Media descobriu que a maioria das crianças dos Estados Unidos gastam um total de cinco a sete horas por dia em frente a uma tela, o que inclui assistir à televisão, usar computador e jogar videogames. E como é sabido que a luz azulada emitida pelas telas prejudica o nosso sono, certamente os jovens estadunidenses não estão tendo uma qualidade de sono boa o suficiente para seu desenvolvimento saudável — realidade que pode ser similar aqui no Brasil.

Voltando ao estudo da vez, ainda que ele não afirme que deixar crianças pequenas usando um celular seja garantia de mal desenvolvimento nos anos seguintes, é o primeiro do tipo que relaciona essas duas coisas. Ainda, o novo estudo fornece insights sobre como a tecnologia impacta no desenvolvimento de jovens ao longo do tempo, e a boa notícia é que os pais são plenamente capazes de controlar o tempo que seus filhos passam em frente a telas em geral.

Fonte: Canaltech

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